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Evolução nas próteses leva à melhora nas performances 

Com auxílio da tecnologia, atletas paralímpicos superam barreiras antes intransponíveis

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Atletas Paralimpicos
PUBLICADO EM 01/05/16 - 03h00

A tecnologia tem contribuído cada vez mais para a evolução das próteses. O objetivo inicial era ajudar na adaptação de pessoas com membros amputados, fato que se intensificou após as Primeira e Segunda Guerras Mundiais. As adaptações, antes de madeira, traziam benefícios, mas careciam de uma evolução para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

No meio esportivo, a necessidade de excelência dos movimentos exigia uma extrema similaridade com o corpo humano, para auxiliar na performance dos atletas. E o tempo foi crucial para atingir tal evolução.

Com o passar dos anos, o desenvolvimento da ciência e dos computadores vêm agregando o que há de melhor nas próteses desenvolvidas pelo mundo, com sensores e ferramentas que conseguem simular, com grande precisão, movimentos de um membro natural. Assim, os atletas paralímpicos estão superando barreiras antes inatingíveis e se aproximando muito do desempenho de atletas sem deficiência. O corredor sul-africano biamputado Oscar Pistorius entrou para a história por ser o primeiro para-atleta a encarar competidores sem nenhum tipo de amputação.

O caminho para que Pistorius realizasse tal feito foi longo. Segundo Thomaz Pfleghar, protesista e diretor técnico, no Brasil, da Ottobock, uma das principais empresas de próteses no mundo, a evolução tecnológica foi fundamental para o aprimoramento das próteses.

“Houve uma evolução tecnológica, dos equipamentos eletrônicos muito grande. As próteses eram de madeira até o fim da década de 1980. O primeiro passo foi a invenção do sistema modular, que dividiu a prótese em peças, o que foi um grande avanço. Em seguida, veio a fibra de carbono, pela leveza e resistência que o material possui”, afirma.

O material utilizado na construção de cada prótese varia. “Existem vários tipos de materiais nas próteses, desde alumínio, titânio, fibra de carbono, aço. Depende muito da atividade do paciente e, de uma certa forma, das possibilidades financeiras”, disse.

Além disso, cada paciente vai receber um tipo de prótese diferente. “Toda prótese tem que ser diferenciada. O componente e o encaixe que cada pessoa usa é individualizado, porque depende da temperatura, da parte óssea. As lâminas, geralmente, são feitas conforme o peso corporal do paciente”, declara.

Peças não ‘ajudam’ corredor

A intenção de misturar atletas amputados com atletas sem deficiência gera muitas controvérsias, principalmente com a possível ajuda que essas peças poderiam dar para um corredor. No caso das provas de velocidade, especialistas afirmam que a prótese é importante para o desempenho do atleta, mas não é capaz de ‘criar campeões’.

“A prótese é um produto que não faz correr mais rápido, pois ela não é um motor, não desenvolve energia própria. Se o atleta não tem condição de correr bem, a prótese não vai fazê-lo ser mais rápido”, garante Thomaz Pfleghar, protesista e diretor técnico da Ottobock no Brasil.

A opinião é compartilhada pelo velocista brasileiro Alan Fonteles, campeão paralímpico dos 200 m. “Hoje, é muito mais o atleta do que a prótese. Não adianta pegar uma pessoa adaptada e colocar em uma ótima prótese, porque ela não vai sair correndo melhor que todo mundo”, declara. 

Alemão em vantagem no salto

A proximidade de resultados com o de atletas sem deficiências criou no mundo grande expectativa de ver o saltador em altura alemão Markus Rehm, tricampeão mundial paralímpico e medalha de ouro em Londres, competir com saltadores olímpicos. No entanto, no caso específico da modalidade, o europeu poderia levar vantagem, uma vez que a prótese, no salto, funcionaria como uma espécie de mola e o faria saltar mais longe.

“A velocidade de corrida está associada à distância do salto. Para o Markus Rehm saltar o que ele salta (acima de 8 m), ele tem que correr 100 m em 10s20, 10s30. No entanto, ele faz essa distância em 11s30. Portanto, existe o benefício, pois, com o tempo mais lento, ele precisa de um impulso maior, dado pela prótese, para atingir a mesma distância”, analisa o coordenador do atletismo paralímpico brasileiro, Ciro Winckler.

Rádio Super

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