Em falta

Ameaça do coronavírus gera corrida por álcool em gel e máscaras em BH

Farmácias de Belo Horizonte relatam falta de produtos após alta demanda


Publicado em 29 de fevereiro de 2020 | 06:00
 
 
 
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No começo da semana, circulou uma imagem, capturada por drone, de uma longa fila de pessoas em frente a uma farmácia na cidade de Daegu, na Coreia do Sul, em busca de máscaras para tentar se proteger do novo coronavírus. O cenário ainda não se repete em Belo Horizonte, mas farmácias da cidade relatam falta de máscaras e de álcool em gel nas prateleiras, especialmente depois da confirmação do primeiro caso de contaminação no Brasil, na quarta-feira. 

Na rede de drogarias Araújo, a demanda por álcool em gel está mais rápida que a reposição, informa a assessoria de imprensa das lojas, o que tem feito clientes se depararem com gôndolas vazias. A reposição de máscaras encontra outro obstáculo: fornecedores estão com problema para obter matéria-prima, o que tem atrasado a aquisição de mais itens. 

Em uma loja de outra grande rede, a Droga Raia, no bairro Ouro Preto, região da Pampulha, a situação é parecida: a reportagem visitou a unidade e não encontrou álcool em gel ou máscaras. Do outro lado da cidade, em uma Pague Menos, no Centro, onde máscaras também faltam, uma funcionária conta que clientes têm chegado à unidade contando que não encontraram os produtos em outros locais. 

Farmácias menores reclamam dos preços: segundo Carlos Reis, dono da drogaria Clube da Farmácia, no bairro Vila Ermelinda, na região Noroeste, a quantia cobrada por um fornecedor de máscaras escalou nesta semana. “Por esse valor, não compro”, diz. Uma funcionária de uma farmácia no Barreiro também afirma que os preços aumentaram. 

Professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ludmila Camargo costuma comprar caixas de máscara para usar em um laboratório de anatomia. No começo da semana, encomendou online duas caixas de cem unidades, mas o pedido foi cancelado ontem, sem justificativa do fornecedor. Em seguida, ela encontrou os produtos 15 vezes mais caros em outras lojas. 

O aumento de demanda não se limita a BH, onde há oito casos suspeitos de contaminação sendo investigados. O aplicativo Farmácias App, de delivery de itens farmacêuticos, aponta que a demanda por máscaras subiu 117%, seguida por 113% do aumento de buscas por álcool em gel. Máscaras são recomendadas apenas a quem apresenta sintomas ou acompanha pessoas com suspeita de contaminação. 

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