Esotérico

Do-in, a técnica do autocuidado

Em tempo de pandemia, veja as dicas de Juracy Cançado, pioneiro da terapia no Brasil


Publicado em 19 de maio de 2020 | 03:00
 
 
 
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As próprias mãos são um potente instrumento para a prevenção e o tratamento de problemas de saúde, por meio de um método simples e acessível a todos. Trata-se do do-in, palavra que se origina da chinesa “dao yin”, prática milenar de autocura preconizada por antigos mestres chineses para estimular a circulação da vitalidade, prevenir e corrigir enfermidades e prover o aprimoramento pessoal.

“Evidências encontradas em escavações recentes permitem supor que o nome ‘dao yin’ tenha sido o primeiro termo criado na China para designar um método corporal destinado aos cuidados com a saúde. Assimilando ao longo dos tempos noções taoístas de fisiologia energética e circulação dos fluxos vitais, o do-in consolida-se como um poderoso sistema de autocura e, gradativamente, desdobra-se em múltiplas vertentes que vão compor o acervo da medicina chinesa tradicional”, explica Juracy Cançado, professor, escritor e divulgador das artes terapêuticas chinesas desde meados dos anos 70.

Introdutor do do-in no Brasil, Cançado tem livros publicados no Brasil, em Portugal, na Argentina e na Espanha. Ele revela alguns pontos que estimulam o sistema imunológico e trabalham as emoções e que, neste momento de pandemia, podem ajudar muito.

Segundo ele, muito antes de despontar no Ocidente, por volta do século VI da nossa era, a tradição chinesa e suas práticas aportaram no Japão. O diálogo entre culturas que esse encontro promove resulta em verdadeira simbiose.

“Preservando sua essência original, métodos de grande complexidade como as massagens terapêuticas anmo e tui-na se revestem de objetividade técnica e dão origem ao shiatsu e ao dao yin, que, com o tempo, distinguiu-se em variadas modalidades de estilos, resgatando sua simplicidade original e popularizando-se no Japão com o nome de do-in”, diz o professor.

Na prática, todos os métodos curativos chineses se valem da estimulação de pontos reguladores, conhecidos como meridianos. “Em comum, essas diversas práticas se apoiam na noção de uma ampla rede ordenadora – o sistema dos meridianos – que orquestra o funcionamento do organismo e atualiza sua dinâmica em conformidade com as variáveis do exterior. Quando essa sintonia fina é rompida – por problemas psicofísicos, estresse ou quando ocasionada por crises ou intensas alterações ambientais – as técnicas chinesas são utilizadas para restaurar o trânsito da rede e corrigir as decorrentes alterações funcionais”, ensina Cançado.

A intervenção corretiva do do-in ocorre nos pontos dos meridianos, “interstícios sutis que pontuam essas linhas dinâmicas com sua função homeostática e autorreguladora. Quando solicitados – por variados meios que incluem agulhas, calor, massagens e pressões digitais, entre outros –, possibilitam a liberação de congestionamentos e estagnações,que promovem o distúrbio e asseguram o processo do adoecimento”, comenta o terapeuta.

Enquanto método de autocura, o do-in consiste numa sequência de automassagens, deslizamentos energizantes ou “banhos secos”, fricções e pressões ao longo do corpo, com ênfase em áreas e pontos tensos e/ ou doloridos. “Essa abordagem promove a liberação de bloqueios que impedem o livre trânsito do fluxo vital (qi). Tais condições dificultam a circulação do sangue, criando ambiente propício ao acúmulo de toxinas e à hospedagem de micro-organismos indesejáveis”, descreve Cançado.

Dinâmico, o do-in trabalha pontos-chave para o alívio de dores, distúrbios e disfunções. “Em emergências, trabalhamos com pontos específicos como primeiro socorro para a reanimação ou para debelar excitações, descontroles e surtos, com resultados imediatos. A técnica pode ser usada ainda como tratamento sintomático e preventivamente”, diz o professor.

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