São Paulo. A migalina – uma substância extraída da hemolinfa (fluido que tem função semelhante à do sangue dos vertebrados) de uma aranha-caranguejeira – poderá dar origem a um analgésico para tratar dor neuropática (causada por lesões ou doença do sistema nervoso central) e problemas associados a ela, como depressão e falhas cognitivas ou de memória, por exemplo.
A pesquisa rendeu à bióloga Ana Carolina Medeiros o Prêmio Jovem Neurocientista 2018, concedido no último Congresso da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento (SBNeC), em agosto.
A demanda por novas drogas para tratar a dor neuropática levou a bióloga a estudar as características da substância e a sintetizá-la em laboratório. De acordo com a pesquisadora, a equipe conseguiu demonstrar o efeito analgésico da migalina quando microinjetada no córtex pré-frontal, além de seu efeito sobre a comorbidade, atenuando não apenas sintomas decorrentes desse quadro, mas também comportamentos do tipo depressivo associados a ele.