Não há nada mais extraordinário em uma viagem do que ter contato com uma cultura diferente. Seu universo se expande. Não há mais volta. Quando o assunto é Natal, pode até existir uma certa unanimidade por verde e vermelho, Papai Noel, presentes e celebração em família. O apelo comercial da data fez isso por todos nós. Mas o que tem de mais bonito são as peculiaridades de tradições em cada país. De bode gigante como símbolo natalino à crença em trolls travessos que presenteiam as boas crianças, há um universo de crenças para desvendarmos. Descubra cinco delas a seguir.
13 trolls, Islândia
A Islândia, considerada a terra do Papai Noel (vide as milhões de cartinhas que chegam por lá), leva bem a sério essa história de elfos, duendes e trolls. E no Natal não é diferente. Uma tradição do país diz que 13 dias antes da celebração natalina, 13 trolls da família Jólasveinarnir, os rapazes travessos do Yuletide, deixam presentes para crianças obedientes ou apenas uma batata podre, caso elas tenham se comportado mal. Cada troll tem um nome e uma artimanha. Þvörusleikir, por exemplo, chupava dedo e é conhecido como o “lambedor de colher”. As crianças costumam deixar uma colher de pau com algum restinho de doce como agrado para ele. Ah, e é preciso estar bem vestido na festa para não ser devorado pelo gato preto da Gryla, a mãe dos 13 trolls. Nos tempos modernos, essas figuras passaram a ganhar tons de benevolência e a se parecerem mais com papais noéis.
Festival das lanternas gigantes, Filipinas
Um festival de luzes coloridas colocou a cidade de San Fernando, capital da província de Pampanga, no mapa. Hoje ela é considerada a capital do Natal do país asiático. O “Ligligan Parus”, concurso de paról, espécie de lanterna colorida em forma de estrela, começou em 1904. Essas lanternas eram feitas em uma moldura de bambu e papel de arroz colorido para simbolizar a estrela de Belém, que guiou os reis magos até a manjedoura onde estava Jesus. Em 1931, a eletricidade chegou a San Fernando e nasceu o primeiro Festival das Lanternas Gigantes. Os adereços se tornaram maiores, e os projetos, mais complexos: com direito a estrutura de aço, 5.000 lâmpadas e interruptores para controlar o espetáculo de luzes. O evento principal acontece no dia 15, mas do dia 16 de dezembro a 2 de janeiro, há noite de exibições. Serão 11 competidores.
A ceia do KFC, Japão
Natal no Japão é algo comercial. Uma das estranhas tradições que surgiu na data é comer baldes de frangos fritos da rede de fast-food KFC (Kentucky Fried Chicken). Às vésperas do dia 25, chegam a se formar filas gigantescas nas lojas. Aparentemente, quem lançou a moda foram os estrangeiros. Em 1970, abriu o primeiro restaurante da franquia na cidade de Nagoya. Àvidos por uma “ceia”, eles acharam que o frango frito seria um bom substituto do peru natalino. Quatro anos depois, a empresa percebeu o novo comportamento e investiu em marketing para a data, promovendo o Coronel Sanders, fundador e símbolo da marca, à Papai Noel durante o fim de ano. O KFC tem um menu especial para o Natal no Japão.
Gävle Goat, Suécia
Um bode gigante feito de palha. Acredite ou não, esse personagem controverso (muitas vezes ligado a rituais satânicos) é a principal atração da festa natalina de Gävle, na Suécia. O personagem é uma versão em grandes proporções do julbock, um dos mais antigos símbolos de Natal dos países escandinavos e do norte da Europa. Há quem atribua a origem da tradição a uma lenda que diz que bodes foram responsáveis por trazer Thor do céu para a Terra. Em outra crença, porém, acreditava-se que uma cabra branca era o deus do sol fértil e da colheita. Entre o século XVII e XIX, o animal era usado por camponeses numa brincadeira para assustar crianças. Com o passar do tempo, acabou virando símbolo da festa de fim de ano. Desde então, a praça do Castelo recebe o estranho ornamento natalino. Virou tradição, também, que a população tente incendiá-lo. E o povo sueco tem tido sucesso nessa missão.
Dia de las Velitas, Colômbia
No início do período natalino, o Dia de las Velitas (Dia das Velinhas) celebra a Imaculada Conceição da Virgem Maria. Trata-se de uma das festividades mais tradicionais da Colômbia. A celebração varia de acordo com a região do país, mas normalmente começa no dia 7 de dezembro. Ruas, praças, centros comerciais e pátios das casas ganham velas e lanternas coloridas. Com o passar dos anos, o investimento em decoração tem sido cada vez maior. A tradição é acompanhada por espetáculos de fogos e acendimento de luzes de Natal. O nome diminutivo vem de Bogotá, capital onde a população tem mania de chamar assim tudo aquilo que tem afeto.