Um relatório da TransEmpregos - portal de empregabilidade voltado para pessoas transsexuais - mostra que em 2023, 2.559 empresas eram parceiras do portal de empregabilidade, um aumento de 16% em relação a 2022. Por outro lado, foram postadas 2.549 oportunidades de trabalho, número 57% menor que no ano anterior.
O levantamento indicou também que o trabalho remoto representou 12,4% das contratações. São Paulo foi o estado que mais contratou, com 60,5% do total; seguido por Rio de Janeiro, com 10,2%; Santa Catarina, com 4,5%; Bahia, 2,8%; e Rio Grande do Sul, 2,3%. Minas Gerais não apareceu na lista.
Dos dados apurados dos currículos, 38,54% eram mulheres trans e 37,47%, homens trans. Travestis eram 5,76% e 10,17% pessoas não binárias - aquelas que não se identificam nem 100% como homem, nem 100% como mulher.
Veja: profissionais trans relembram os desafios enfrentados no mercado de trabalho
Tecnologia é área que mais contrata
O setor de tecnologia é o que mais contratou profissionais trans em 2023, de acordo com levantamento da TransEmpregos. E é ele que representa quase 20% das empresas parceiras do portal de empregabilidade e também oferta mais vagas na atualidade, no mundo. Divulgado no ano passado durante o Fórum Econômico Mundial, o “Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023” indica que empregos de analistas e cientistas de dados, especialistas em big data e aprendizado de máquina de IA e profissionais de segurança cibernética vão crescer, em média, 30% até 2027.
Apesar das iniciativas e vagas neste segmento, é uma área em que o home office é bastante comum e também o trabalho noturno, aspectos que podem acabar ‘escondendo’ os profissionais trans dos ambientes presenciais.
O relatório da TransEmpregos mostrou que no ano passado o trabalho remoto representou 12,4% das contratações. São Paulo foi o estado que mais contratou, com 60,5% do total; seguido por Rio de Janeiro, com 10,2%; Santa Catarina, com 4,5%; Bahia, 2,8%; e Rio Grande do Sul, 2,3%. Minas Gerais não apareceu na lista.
“Na tecnologia você tem o conforto de poder trabalhar online. Você faz seu trabalho, vem o teu dinheirinho, você vai embora, não precisa lidar tanto com a relação. Eu acho que quanto mais relação tu tem, mais tu vai perceber a transfobia das pessoas”, acrescenta Liana Alice, coordenadora da Reprograma.
Da mesma sensação compartilha Patrícia Augusto, analista de Equidade, Diversidade e Inclusão da Aperam South America. “No início da minha carreira, ouvi dizer que no telemarketing todas as pessoas eram contratadas, porque lá não se discriminava ninguém. Claro, ninguém era visto, nossos rostos não eram vistos. E eu fui: esse foi meu primeiro emprego”, recorda-se.