Ted Saliba, novo prefeito de Juatuba, é o sétimo entrevistado da Temporada Minas S/A Desenvolvimento e Construção em todas as plataformas de O TEMPO.
Saliba admite que já sabia que a situação não estava boa em Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte.
"Mas a gente não esperava que estaria com tanta dificuldade, porque existe uma Lei de Responsabilidade Fiscal que tem que ser cumprida; o prefeito não pode deixar dívida para o próximo prefeito, e foi isso que a gente encontrou. A gente chegou no primeiro dia (de mandato) e a conta de recurso próprio do município tinha R$ 160 mil aproximadamente, e uma folha de pagamento de dezembro, que é de obrigação do prefeito passado para a gente pagar sem o recurso, empenhada, já pronta para pagamento, mas sem dinheiro nenhum", reclama o prefeito de Juatuba.
Com cinco mandatos de vereador, Saliba ressalta a importância de valorizar os vereadores.
Segundo Saliba, regularizar o IPTU da cidade e incentivar a criação de novos condomínios pode trazer receita para o município.
Com pouco mais de 50 km de distância de Belo Horizonte, o prefeito encontra o desafio de administrar uma cidade com apenas 30% das suas ruas pavimentadas
A seguir, a entrevista na íntegra do prefeito de Juatuba, Ted Saliba:
HL: Ted, muito obrigada por ter vindo aqui ao Tempo, em Contagem/MG, cidade também da região metropolitana, como Juatuba/MG, para a gente falar sobre esses vários desafios. Eu queria começar, primeiro, com você contando um pouco da sua trajetória. Eu vi que você nasceu em Itaúna/MG, aí eu falei assim “gente, mas como? O que aconteceu que ele teve que nascer em Itaúna?” Você é de Itaúna ou é de Juatuba?
TS: Nós somos de Juatuba, juatubense de coração mesmo, de corpo e alma. É porque em Juatuba não tinha hospital, então a escolha era ou em Mateus Leme/MG, que tem hospital, ou em Itaúna. Então, o meu irmão mais velho nasceu em Mateus Leme e eu e mais os outros dois irmãos mais novos nascemos em Itaúna.
HL: Então a sua família toda sempre foi de Juatuba? Sua mãe, seu pai…
TS: A minha mãe, que é mais velha, nasceu de parteira, nasceu em Juatuba. Meus tios, minha avó, esses nasceram em Juatuba.
HL: Como é o nome da sua mãe e do seu pai?
TS: O da minha mãe é Helena Saliba, e o meu pai é João Pinto dos Santos. O meu pai já é falecido, já tem 15 anos, mas minha mãe está lá com 80, fez 80 anos agora em novembro, e forte, lúcida, é um exemplo para a gente.
HL: Como foi a sua infância? Como era esse cuidado na família?
TS: Juatuba, interior, é sempre bom, né, é uma infância muito sadia, a gente o dia inteiro na rua brincando, andando de bicicleta, nadando nos rios lá que hoje estão todos poluídos, mas a gente ia, aquela turma de criança, para os rios, são aquelas brincadeiras sadias, brincar de pegador, de pique esconde, então é uma infância maravilhosa, é o que a gente sonha para os filhos da gente, né, você poder sair 7 horas da manhã, voltar 10 horas da noite sem preocupação nenhuma.
HL: E principalmente sem a tela do computador, do celular, foi uma infância livre.
TS: De brincadeiras mesmo de criança, o dia inteiro descalço, sem camisa, o dia inteiro rodando pela rua, na casa dos vizinhos, chupar fruta na casa de um e de outro, era uma diversão.
HL: E você estudou também em Juatuba?
TS: É, estudei em Juatuba desde o pré, né, que antigamente era, até formar o Segundo Grau, lá no Terceiro Ano, na escola Joaquim Correia, que é uma escola que a gente se orgulha muito, porque foi construída num terreno que era do meu avô, aí ele fez a doação para o Estado fazer essa escola, e meus parentes, minhas tias, todos foram professores, minha mãe aposentou como Diretora dessa escola. Então, na época que eu estudava, ela era a Diretora da escola, isso orgulha a gente muito, de poder ter essa vida numa escola que a minha família contribuiu.
HL: É, e assim, ela teve um acompanhamento ali de perto na sua educação, cobrou mesmo de você, né, “não tira nota vermelha não!”.
TS: Ela teve que estar muito perto (risos). Porque eu era levado e nunca gostei muito de frequentar escola, mas lá em casa eu agradeço muito a ela isso, era sempre assim, rígida mesmo, “não, você quer isso, tem que tirar nota, você quer fazer, tem que ir à escola, mesmo não gostando você tem que estudar”, então, assim, ela pôs isso muito. Ao contrário de mim, meus irmãos sempre gostaram muito de estudar. Lá em casa todos nós temos Ensino Superior, mas meus irmãos todos têm duas, três Faculdades, então eles já gostam mais de estudar, comigo não, foi mais assim, “então eu vou ajudar seu irmão e você não vai ganhar isso. Nós vamos viajar, seus irmãos vão, mas você não vai”, então isso foi fazendo com que eu estudasse. Aí eu entrei para a Faculdade, e da mesma forma, “se você não formar, você não vai ter isso, seus irmãos vão ganhar e você não”, então isso foi fazendo com que eu buscasse…
HL: Foi formando você.
TS: É, e eu já pensava “ah não, mãe, eu já quero é trabalhar, eu quero ter minhas coisas”, mas não, primeiro você vai estudar. Ela sempre falou com a gente “a única coisa que ninguém vai te tirar é os estudos”.
HL: E é verdade.
TS: O resto tudo você perde, uma casa, um imóvel, carro, mas o estudo ninguém vai te tirar, e graças a Deus eu sou formado hoje, consegui essa experiência e tudo, essa formação.
HL: Você fez Administração de Empresas, né?
TS: Administração de Empresas lá na Faculdade de Juatuba, porque lá tinha uma Faculdade, o Instituto J. Andrade, quando abriu eu fiz parte da primeira turma, eu entrei e formei na 1ª turma. Essa Faculdade depois dos anos fechou, não tem mais faculdade lá, mas me orgulho muito de me formar na 1ª turma da Faculdade lá de Juatuba.
HL: Reconhecida pelo MEC e tudo.
TS: Sim, tudo certinho.
HL: E isso ajudou muito na sua trajetória, acredito eu.
TS: Sim, porque aí depois eu fiz o Concurso na Prefeitura, passei no Concurso Público e comecei a trabalhar na Prefeitura, e isso despertou essa questão de ser candidato a Vereador. O Prefeito que estava na época falou “entra de candidato lá no Partido, é muito difícil, mas você vai ajudar o Partido, você já faz parte do nosso grupo”, aí eu fui e entrei no Partido mais forte que tinha, que tinha os candidatos mais fortes, e a primeira vez que entrei já fui o Vereador mais votado, com 28 anos de idade, aí isso me despertou “uai, a responsabilidade é grande, realmente o pessoal confia no meu trabalho”, e de lá para cá, nos meus 5 mandatos de Vereador, sempre destacando os 2 últimos, com votações históricas na cidade, o Vereador mais votado pelas últimas 2 vezes, então sim, isso te dá muita força e muita responsabilidade.
HL: Você foi presidente da Câmara também, né?
TS: Fui Presidente por três vezes já, três vezes como presidente da Câmara, isso ajuda a gente ter uma experiência muito grande…
HL: De legislar e de administrar uma Casa que tem um orçamento…
TS: Com muita responsabilidade conseguimos fazer muita coisa, como Presidente da Câmara consegui, em parceria com a Prefeita que estava na época, devolver recurso para fazer obras, a gente sentou e definiu obras que eram importantes para a cidade, a Câmara economizou e devolveu o recurso, então isso me deixa muito feliz. Criamos cursos na Câmara, parceria com o Senac, com o Sesc, a gente ofertou cursos para população, então isso traz uma satisfação muito grande na carreira da gente.
HL: E aí, Ted, a população acreditou na sua proposta quando você quis se apresentar como um candidato a Prefeito de Juatuba e te elegeu pelo PSD. O que você esperava, qual era a expectativa e qual foi a realidade na hora que você assumiu, agora recentemente em 1° de janeiro de 2025?
TS: Esse trabalho eu fui fazendo ao longo dos anos, de construção para lançar minha candidatura, e costurando muito, eu sou muito de diálogo, então tenho um relacionamento muito bom com os vereadores, com as lideranças e isso fui construindo para campanha. E a campanha é muito gostosa, é o que eu gosto, visitar as pessoas, ir às casas, então foi uma campanha bem leve, sabe? A gente fez uma campanha mais de visitas mesmo, de ir de casa em casa, de mostrar as nossas propostas.
HL: Mas você considera que ela foi difícil ou não?
TS: Sim, toda campanha é difícil, mas fomos eleitos com mais de 71% dos votos, então isso mostra o reconhecimento da população e o que eles esperam de mim
HL: E a confiança, né?
TS: Confiança de que a gente realmente vai colocar a cidade num rumo diferente, que é o que a gente vai buscar durante todo o mandato.
HL: Essa relação com a Câmara Municipal tão próxima, você tendo passado lá 5 mandatos, quer dizer, os últimos 20 anos aí, praticamente, você tem essa relação com a Câmara, mesmo que ela tenha tido uma renovação. Como está esse diálogo? Porque sem uma Câmara Municipal, você não tem como votar leis, mudar leis, apresentar projetos. Essa relação do Executivo com o Legislativo, o que você já vai sentindo aí pela frente?
TS: A relação é a melhor possível, assim, a gente tem uma relação, além de amizades, né, de eu conhecer cada um dos Vereadores, a gente sabe da necessidade de cada um, que todos entram lá querendo fazer uma coisa boa, querendo buscar um resultado e é difícil, porque o Vereador tem que ficar pedindo ao Prefeito, fazendo parceria, correndo atrás, então o Vereador realmente sofre muito, eu passei por isso. Quando você pega um prefeito ruim, um prefeito que não tem as mesmas visões, o Vereador sofre demais, porque ele é o mais cobrado, primeiro as pessoas vão no Vereador, ele sente isso direto. Então, eu quero
manter um relacionamento muito bom com eles, a gente está sempre reunindo, estou escutando todos para tentar fazer com que todos eles consigam realizações, e valorizar isso.
HL: É o diálogo e a transparência.
TS: Diálogo. Geralmente o Vereador vai no Prefeito e fala “Prefeito, vamos fazer isso aqui no bairro”, e o Prefeito vai lá, faz e coloca o crédito para ele mesmo, não dá o crédito para aquele Vereador que lutou também, que buscou isso. Isso eu quero fazer, eu quero valorizar todos os Vereadores, sempre estar presente, porque para eu executar uma obra eu preciso da aprovação deles.
HL: Tudo tem que passar pela Câmara.
TS: Então, depois eu faço a inauguração, “ah, o Prefeito fez”, a população fala que o Prefeito está fazendo, mas não, é um grupo, é um trabalho em conjunto, então tem que chamar e mostrar para a população. “Nós estamos realizando isso aqui graças ao apoio dos Vereadores”, isso é muito importante, valorizar eles, escutar, chamar, mostrar todas as ações que eu estou fazendo, desde agora do início (do mandato) eu estou chamando eles, colocando eles a par da dificuldade que nós estamos passando, graças a Deus todos estão sendo muito compreensivos, falando “é, realmente nós temos que colocar a casa em ordem. O que você precisar a gente está lá pronto para estar atendendo também”, e isso ajuda muito a levar a notícia para a população, da situação que a gente está passando.
HL: Ted, você assumiu a Prefeitura e já tem aí um orçamento X para dívidas também que tem que ser equacionadas, né. Como você pegou a Prefeitura? Em que estado?
TS: A gente teve uma transição que não foi muito boa. A gente manteve uma cordialidade, mas pedia documentos e os documentos não chegavam, mandavam documentos incompletos. Então, a gente já sabia que ia passar por essa dificuldade, a gente já esperava pelo momento que a Cidade estava passando, uma cidade com médicos em greve, uma cidade toda suja, cheia de buraco, então a gente já sabia que a coisa não estava boa, mas não esperava que estaria com tanta dificuldade, porque existe uma Lei de Responsabilidade Fiscal que tem que ser cumprida, o Prefeito não pode deixar dívida para o próximo Prefeito, e foi isso que a gente encontrou. A gente chegou no 1° dia e a conta de recurso próprio do Município tinha 160 mil reais, aproximadamente, e uma folha de pagamento de dezembro, que é de obrigação do Prefeito passado, para a gente pagar sem o recurso, empenhada, já pronta para pagamento, mas sem dinheiro nenhum, e uma folha de aproximadamente 7 milhões, folha de contratados, de efetivos, e a gente não tinha o dinheiro para isso. Então, nós já tiramos de um orçamento que a gente tinha toda uma programação pra ele, de começar já com obras de Infraestrutura, de melhoria na Saúde, e a gente teve que usar para quitar uma dívida que é do Governo passado…
HL: “Tapar buraco” ...
TS: Da folha passada. Então isso deixa a gente triste, mas é obrigação da gente assumir, a gente tem que cumprir com servidor, porque o servidor não tem nada a ver com isso, ele trabalhou, ele tem que receber
HL: Qual é o orçamento da Prefeitura de Juatuba e a dívida? Você já conseguiu equalizar essas contas?
TS: O orçamento de Juatuba a gente está prevendo que vai ser na faixa de uns R$ 160 milhões, R$ 170 milhões no ano. E nós tivemos uma dívida empenhada e liquidada para pagamento já, essa eu vou ter que pagar, na faixa de R$ 12 milhões que a gente conseguiu levantar até agora, porque ainda está aparecendo algumas notas que ainda não chegaram para a contabilidade, e mais empenhados mais quase R$ 31 milhões.
HL: Empenhado quer dizer o quê?
TS: Que são ações que já estão programadas, que a gente ainda vai ver alguma coisa que tem como a gente tirar, não fazer, executar ou reduzir custo, mas já são programações que estão lá para pagamento.
HL: Que não tem como fugir delas, já são compromissos futuros que tem que quitar.
TS: Não tem como fugir. Então, assim, é muito alarmante isso.
HL: É mais da metade do orçamento que já está comprometido.
TS: Sim. A gente vai ter que reduzir custos mesmo, segurar muitas ações que a gente já pensava para agora, a gente vai ter que pôr mais para o futuro.
HL: Onde você vai reduzir custo, Ted?
TS: A gente vai reduzir nos contratados, porque tem muito contratado no Município.
HL: Qual é o volume total de funcionários?
TS: No final de dezembro parece que tinham quase 600 contratados, então Juatuba tem muito serviço para prestar, sabe?
HL: E são quantos funcionários públicos no total?
TS: São na faixa de mil e 600 pessoas.
HL: Mil e 600 juntando funcionários efetivos e contratados?
TS: Efetivos e contratados. Então, assim, abriu muito serviço, muitos postos de saúde, muitas escolas, é uma coisa que não tem jeito de você diminuir serviço não. Então, é uma luta mesmo a questão da folha de pagamento. O melhor caminho é em vez de só reduzir folha, buscar mais receita. Primeiro, a gente tem que fazer o trabalho do VAF, melhorar o VAF, que é você fazer uma auditoria junto às empresas para convencer as empresas que elas têm que declarar que aquele imposto que ela está pagando para o Estado pertence ao Município. Ela faz uma declaração informando que aquele serviço prestado foi para o município de Juatuba.
HL: Por que ela pode mandar para outro Município?
TS: Ela pode simplesmente prestar conta para o Estado e não informar que é Juatuba, então esse é um trabalho que é feito…
HL: E aí ele cai num cofre do Estado?
TS: Do Estado, então não vem para o Município. Nós saímos de um VAF, há 4 anos atrás, de 0.56 para 0.28, então isso afetou muito.
HL: 0.28%?
TS: Do cálculo que é feito dentro do VAF.
HL: Cálculo dentro do Valor Adicionado Fiscal.
TS: É. Isso afetou muito o Município, então a gente vai fazer esse trabalho agora, já tem uma empresa que a gente já está licitando, já cotou o orçamento, mas agora vamos abrir uma licitação para que preste serviço de busca de melhora da arrecadação
HL: Não é que não está pagando, não é sonegação, é falta de informação e dar o destino para Juatuba, de onde a empresa tem sede e prestou aquele serviço.
TS: Então, nós vamos trabalhar muito em cima disso e aonde a nossa folha é maior, que é na Educação. Nossa folha maior, praticamente 50% da folha nossa é Educação.
HL: Esse VAF você pretende chegar a quanto? Você já tem uma projeção?
TS: Ah, nós precisamos voltar para os 0.52, 0.53.
HL: Isso em recursos, em volume de dinheiro quer dizer quanto mais ou menos?
TS: Eu não tenho isso calculado certinho, depende muito da arrecadação do Município, mas aumenta muito a receita. Então, a gente precisa trabalhar lá na Educação o Fundeb, que nós tínhamos lá os alunos nossos avaliados no Ideb em 2º lugar, e há 4 anos atrás caiu para 15º.
HL: Por que que caiu para 15º?
TS: Eu acredito que foram falta de ações, sabe? Com o servidor, de fortalecer o servidor, a questão salarial, tiveram muitas greves, muito embate com o servidor durante esse mandato, e o servidor insatisfeito atinge o aluno e atinge a todos, né.
HL: A desmotivação.
TS: Desmotivação. Eu acho que tem que ter um clima gostoso dentro da escola, um servidor trabalhar sem medo de perseguição, um servidor sendo melhor acolhido, eu acho que isso tudo faz a diferença
HL: Mas aí você vai reajustar o salário do professor? Esse estímulo passa por qual tipo de ação?
TS: Tudo. Eu acho que além do salário, porque não é só salário, a pessoa foca muito no salário, mas não foca na atenção com o servidor, aquele carisma mesmo de atenção, de ouvir o servidor, condições de trabalho na escola, ambiente escolar, então, assim, a gente vai focar muito nisso para que a gente possa sentar com o servidor e com o sindicato, que a gente respeita muito e que vamos estar sempre conversando com eles, dialogando, de fazer uma programação desses pagamentos, pagamentos até do passado, de progressões de quinquênios e biênios que não foram pagos.
HL: Quanto que a Prefeitura, no caso, está devendo?
TS: Eles estão levantando isso, tem uma comissão dos professores que está levantando isso em valores, porque são coisas de 20 anos, 15 anos, várias gestões que não pagaram, então a gente quer sentar e fazer uma negociação disso, mas para você pagar, tem que ter dinheiro, e você conhece dinheiro como? Melhorando o Fundeb. Você faz esse trabalho para melhorar a arrecadação para poder realmente valorizar o servidor
HL: Porque a Prefeitura mais bem colocada no Fundeb recebe mais recursos.
TS: São vários critérios. Você tem que fazer a eleição de diretor ou senão pelo menos certificar o diretor pela qualificação dele, a gente já está programando isso para agora, fazer a certificação dos diretores nossos, valorizá-los, já mandamos um projeto, mesmo com essa dificuldade toda, mandamos um projeto para a Câmara readequando algumas coisas que estavam irregulares lá com cargos de diretores e aumentamos um pouquinho o salário, mesmo não criando despesas, fizemos um manejamento onde a gente vai conseguir valorizar melhor o diretor de escola, que hoje é um salário que a maioria dos diretores, que já são professores na rede, não querem pegar, porque não compensa. Um diretor da escola ganha 4 mil e pouco, e ele dentro da sala para dar 4 horas ele ganha quase 4 mil, então ele não vai pegar essa responsabilidade.
HL: Ou seja, a responsabilidade é muito maior, os problemas também, então é melhor ficar dentro da sala.
TS: Melhor ficar dentro da sala.
HL: Aí estão faltando lideranças?
TS: É. Então, assim, a gente tem essa dificuldade de pegar os próprios professores da rede e pôr como diretores. A gente está buscando isso para consertar um pouco, para a gente começar uma educação realmente da maneira correta, com os meninos sendo melhor avaliados, com os meninos especiais, que tem dentro da rede e tem que ser lançado no Fundeb, o valor é dobrado pela deficiência que cada um tem, então, assim, a gente tem que fazer esse trabalho para fortalecer mesmo.
HL: Agora, isso demora 1 ano pelo menos, né, Ted?
TS: A gente faz o trabalho deste ano para valer para o próximo. Esse ano vai ser, com certeza, todo de dificuldades, vai ser um ano muito difícil em que eu acho que a gente vai conseguir colocar um pouco da casa em ordem mais ou menos no meio do ano, com a ajuda dos nossos deputados, que a gente espera muito deles, os vereadores também estão focados em ir atrás dos deputados, dos Partidos, das emendas que podem salvar nosso Município.
HL: A região tem muitos deputados?
TS: Tem. Tem o deputado Diego Andrade, que é do meu Partido, do PSD, que é de lá, a família é de lá, o avô já foi prefeito, então sabe das dificuldades. Ele já me ajudava no passado, mesmo sendo vereador, e está muito empenhado em ajudar agora. E os Deputados Estaduais, João Vítor Xavier, que já ajudava a gente lá e continua ajudando, tem a Naiara Rocha que já ajudou também e vai ajudar, o Delegado Cristiano, o Tramonte já colocou emendas lá, então são vários deputados que ajudam já o Município.
HL: Senadores também?
TS: Tem o Senador Rodrigo Pacheco, que já ajudou com máquinas lá, com recurso também de emenda, e dia 11 eu estou indo a Brasília, a gente vai estar lá no gabinete dos Deputados, do deputado Diego Andrade e também do Senador para buscar investimento para o nosso Município.
HL: Ted, tem esses deputados todos ajudando, o senador Rodrigo Pacheco, já tem como fazer uma conta aí, assim, o que vai ser desse ano de 2025? Uma previsão de arrecadação, do orçamento que você vai herdar da administração passada, né, esse orçamento novo você só vai fazer para o ano que vem, e de emendas, você já tem assim delineado na sua cabeça as contas?
TS: O orçamento é um orçamento que foi feito pela administração passada, então a gente não tem como mudar ele. Nós vamos focar muito nas emendas parlamentares, ficar lá com pires na mão mesmo pedindo aos deputados socorro, e graças a Deus os deputados estão acompanhando bem de perto e estão vendo toda a dificuldade que eu estou passando lá. A gente tem várias propostas, principalmente na Saúde, que é uma área que eu gosto muito de atuar. Hoje pela manhã eu estive visitando a cidade de Bom Despacho, lá na Santa Casa, a gente vai já começar umas parcerias, graças a Deus na primeira semana nossa de Governo já praticamente quase zeramos as cataratas que estavam lá paradas, fizemos quase 60 cataratas lá no município de Mateus Leme, o Prefeito abriu as portas lá para a gente no mutirão, então nós levamos as pessoas, elas estão muito satisfeitas. Então, assim, é buscar essas parcerias mesmo, o socorro dos deputados, para que Juatuba não perca a oportunidade de dar continuidade aos trabalhos.
HL: Então, só ao longo do ano que vai dar para saber o que pode contar com essa ajuda de Brasília, né?
TS: É, eu acredito que em fevereiro já vai ter acabado essa dificuldade que está lá com acerto de contas, com o Flávio Dino, o Ministro que travou um pouco essas emendas, então acredito que eles vão chegar ali num consenso e vão começar a liberar essas emendas, que tanto precisam os municípios. Você vê que na maioria dos municípios as obras mais importantes são feitas com emendas parlamentares, então nós vamos precisar muito mesmo do socorro dos nossos deputados.
HL: Você tem, assim, um planejamento para os próximos anos? Que a arrecadação aumente para você poder fazer um orçamento diferente, ou não? Não dá ainda para ver um pouco à frente, só tem neblina por enquanto?
TS: Temos sim. A gente conversa com os prefeitos em volta, né, o trabalho que eles fizeram, e todos estão assustados em como a arrecadação nossa estagnou, não cresceu. Então, um pouquinho já que a gente conversou com alguns especialistas sobre a questão do VAF, nós vamos conseguir melhorar muito, Fundeb também nós vamos melhorar muito, se Deus quiser, com a ajuda dos nossos seguidores, vou precisar muito da compreensão deles e da boa vontade dos nossos servidores, e também nas receitas próprias. O IPTU, não é aumentar o valor, a ideia é facilitar. Hoje, o IPTU nosso lá é cobrado só para as pessoas que tem mesmo a escritura registrada, e 70% do Município não tem essa documentação
HL: É irregular?
TS: É irregular. São imobiliárias que fizeram loteamentos e já quebraram, então a pessoa não tem a escritura registrada, mas tem a posse, tem o contrato, ou tem só a escritura, mas não registrou, ou é herança, terrenos grandes que são herança que hoje tem 40 famílias no mesmo terreno, então existe um IPTU só que é de uma pessoa que já faleceu, que não paga e fica lá aquela dívida. Então, nós vamos criar o IPTU por posse, que aí a pessoa pode declarar ali seu imóvel e pagar seu IPTU individual, renegociar as dívidas, eu acho que isso vai fazer uma regularização na cidade. Depois, nós vamos entrar com a regularização fundiária também, que vai ser um carro-chefe nosso, já estamos até montando uma equipe para isso, para poder melhorar a receita e regularizar a cidade. Sobre loteamentos, nós temos já três loteamentos lá, pedidos de loteamentos fechados, que eu acho um ganho enorme, a gente vê a questão de Nova Lima aí, né, o que virou a arrecadação, um loteamento fechado, hoje, regularizado, é praticamente você levar uma empresa grande para o seu município, porque a Prefeitura não tem gasto nenhum lá dentro, ela não recolhe lixo, não arruma as estradas, não investe em nada, e o loteamento são pessoas com um poder aquisitivo maior que contratam uma empregada doméstica, pessoas para limpar uma piscina, jardineiro, gastam com obras, pedreiro, compra material de construção e eles geralmente não usam o serviço do Município, eles não usam a Saúde no Município, porque a grande maioria tem plano de saúde, as escolas a maioria estuda em escolas particulares fora do município, então eles trazem só recurso para o Município. Então, a gente quer empenhar nisso mesmo, na liberação desses loteamentos, para que eles já comecem a retornar de imediato, só de começar as construções, né, esses investimentos já trazem um grande retorno. E tem o IPTU também dos loteamentos, que são IPTUs mais caros.
HL: Já tem muitos condomínios lá?
TS: Já temos propostas de 3 condomínios e Juatuba tem 1 condomínio fechado, que já traz uma arrecadação muito boa para o Município.
HL: Mas por ser uma cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, muita gente prefere morar lá?
TS: Com certeza. Hoje, de Belo Horizonte para Juatuba são 40 minutos quando não está no horário de trânsito, então para a pessoa morar num condomínio lá é uma qualidade de vida muito grande. Então, assim, eu acredito que com esse incentivo que a gente vai dar, a gente vai conseguir abrir lá uns 4 a 5 condomínios fechados, isso vai, eu acho, ajudar na transformação da cidade.
HL: Ted, tem uma questão também… eu estava procurando as notícias de Juatuba e vi muita gente reclamando das ruas, muitas ruas de terra, e aí você estava falando que 70% das ruas de Juatuba são de terra, é sério isso?
TS: Nós temos muito pouca pavimentação lá, 30% da cidade é pavimentada. É um trabalho que a gente vai ter que fazer muito intensivo.
HL: Nossa, mas é muito pouco.
TS: E o problema é que o que tem hoje pavimentado está um caos, a cidade está toda tomada por buraco, aí pegamos um período de chuva, sem dinheiro e um período de chuva ainda, a gente não tem como jogar dinheiro fora, ainda mais num momento tão grave igual estamos passando, a gente tem que fazer uma obra que realmente dure por mais tempo. Então, a gente deixou o “tapa buraco” para agora, que já deu uma semaninha de sol, aí a gente começa amanhã a tapar os buracos da cidade para que amenize também para a população.
HL: E aí é um recurso que está vindo de onde? É dinheiro de Banco, de financiamento, de contrapartida da Vale?
TS: Na verdade, a gente não tem esse recurso ainda, a gente vai fazer dentro do nosso orçamento, de previsão de receita.
HL: Contando que vai ter uma arrecadação.
TS: A gente já conversou com a pessoa que tem a licitação, porque não temos recurso agora, mas ele vai fazer essa operação “tapa buraco” para a gente dividir em algumas parcelas.
HL: E o asfalto das ruas da cidade, dos 70% das ruas, qual é a previsão que você tem para falar para a população e para as empresas que querem ir para lá.
TS: O asfalto nós temos uma máquina lá de bloquete, que até fui eu quem conseguiu com o Deputado Federal Diego Andrade, na época, já tem uns dois anos, e ela está parada lá. A gente quer pôr ela para funcionar para fazer as ruas dos bairros e as principais passagens de ônibus, rotas escolares, a gente quer fazer com asfaltamento, que precisa de uma qualidade melhor.
HL: Isso demora quanto tempo?
TS: Estava na nossa programação a gente começar de imediato, mas com essa situação financeira da cidade a gente vai reavaliar para fazer uma programação, principalmente junto com as emendas parlamentares, para poder dar continuidade nesse trabalho
HL: Tem o recurso da Vale, não é? Que todas as Prefeituras estão recebendo, as que foram atingidas, principalmente. Juatuba, pelo Rio Paraopeba, recebeu também uma bolada boa, né, mais de R$ 100 milhões?
TS: Foram quase R$ 116 milhões que foram muito direcionados para a questão da Saúde. R$ 67 milhões estão em caixa, travados na Vale, que é a respeito da construção de um hospital. O Governo passado falou muito nessa construção de hospital, que ia sair um hospital lá em Juatuba, mas agora que a gente pegou, que a gente teve a primeira reunião com o pessoal da Vale, não tem nada de hospital, em momento nenhum foi passado para a Vale a construção de um hospital e sim de um complexo hospitalar, que seria um pronto atendimento, que é o que a gente já tem lá hoje, que é a policlínica, junto com a Secretaria de Saúde, fisioterapia e alguns setores de saúde, sabe? E é num espaço onde era uma construção antiga da Prefeitura, onde se já gastou um recurso, 2 milhões para fazer o projeto, e agora a Vale está querendo colocar mais R$ 4 milhões lá só para colocar um reforço nesse prédio para depois apresentar esse projeto para a gente, que a gente já propôs algumas alterações. Uma delas é que em vez de ser o pronto atendimento, fazer uma UPA.
HL: Fazer uma UPA no lugar do hospital?
TS: É, para a gente já resolver, porque o hospital porta aberta o Município não tem condições de manter.
HL: O enxoval dele é caríssimo.
TS: É, inclusive estivemos com o Secretário de Estado na semana passada e ele já deixou isso claro, o Estado não tem condições de bancar isso para o Município. Então, a gente já tem um hospital em Mateus Leme, que a gente tem uma pactuação, que a gente pode aumentar esses serviços lá, do que a gente criar um para a gente onde a gente não vai conseguir manter ele porta aberta, porque a despesa do hospital é muito alta para o Município.
HL: Construir e depois não conseguir abrir…
TS: Então, a gente fazer essa UPA, eu acho que resolveria nosso problema de imediato e o custo seria bem mais baixo, até para manter ela depois,
HL: E o que mais com o dinheiro da Vale que você pensa em fazer?
TS: Tem mais R$ 38 milhões, que já estão em 40 e poucos com juros, já tem 2 anos que esse dinheiro está parado lá, que eles colocaram para construção de 5 ubs, que são os postos de saúde, só que os projetos foram muito mal feitos, eles pegaram os próprios projetos do Estado, em vez de fazer projetos específicos para cada local. Então, por exemplo, o bairro Cidade Nova Um colocou para fazer o posto de saúde com o projeto do Estado num local onde tem uma quadra de futebol, aí agora que a empresa ganhou a licitação para executar, o posto vai ficar em 1 milhão e 300 mil reais, só o muro de arrimo que vai ter que fazer um aditivo
fica em quase R$ 1 milhão, então nós vamos ter que modificar esse projeto todo.
HL: Vocês podem modificar esse projeto junto a Vale e falar “olha, a gente quer fazer outras coisas”?
TS: A ideia nossa é propor para a Vale essa modificação de algum desses projetos, adequar e acelerar isso, porque o recurso está lá parado e a cidade está precisando de muita coisa, então acelerar isso, pegar uma parte desse recurso para a gente reformar alguns postos de saúde que estão hoje vazando água, muito sucateados, pegamos uma situação complicada em alguns postos, e reverter o restante em infraestrutura, que é o asfalto, que é a demanda maior do Município.
HL: Que é o dinheiro carimbado, né? Ele é para asfalto e obras de infraestrutura em geral?
TS: A gente quer negociar com a Vale para liberar esse recurso para a gente colocar em pavimentação.
HL: Vocês querem liberar isso ainda esse ano?
TS: Se Deus quiser.
HL: Você acha que dá para asfaltar a cidade toda com esse dinheiro da Vale?
TS: Toda não. Tem muito serviço lá para ser feito, mas principalmente as prioritárias, né, pegar os projetos prioritários, onde é passagem de ônibus, onde realmente são as entradas e saídas dos bairros, locais que quando chove o pessoal fica ilhado, os alunos não conseguem ir na escola, porque o ônibus não vai lá, então é uma prioridade da gente pegar esses espaços mais afetados.
HL: Outra coisa que eu vejo muito as pessoas reclamando lá é o esgoto a céu aberto, às vezes até na frente de pontos comerciais e as pessoas falam “não tem condição você ter um ponto comercial aqui com esse mau cheiro”. Juatuba não tem esgoto encanado, tudo cai no rio Paraopeba?
TS: Na verdade, na área central tem as redes, mas elas geralmente caem direto no Ribeirão, tem uma estação lá que é de tratamento, muito antiga, que o esgoto só passa nela, mas ele não é tratado. Então, hoje nós não temos um esgoto tratado, nos Distritos não tem nada, já vai direto para o rio mesmo, muita fossa, então gasta-se muito com caminhão limpa fossa, a COPASA faz esse recolhimento lá. Então, a gente vai investir muito nisso, agora vem um recurso do Banco BDMG.
HL: O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que é um Banco do Estado.
TS: Juatuba deve receber R$ 54 milhões desse recurso
HL: E vocês têm que dar uma contrapartida em relação a estes R$ 54 milhões?
TS: Não, na verdade, a execução desse dinheiro ia ser pela COPASA, sabe? E os municípios conseguiram que esse recurso viesse para o Município para a gente executar.
HL: Você acha mais fácil e mais rápido?
TS: É muito mais fácil, muito mais rápido. Você consegue pôr uma eficiência maior, que é a questão da Vale, eu acho que Juatuba pecou nisso, tinha que ter pegado o recurso para o Município, executado o serviço, mas deixou, como essa questão do recurso que ficou para a Vale fazer o hospital.
HL: É, a Vale sabe é fer minério.
TS: É fazer minério, ela não está lá para executar. E você vê as cidades nossas lá vizinhas, todas usaram isso muito em pavimentação, então transformou a realidade do povo, e a nossa não.
HL: Eu vi que a maioria usou em pavimentação.
TS: Que é o gargalo maior do município.
HL: E que melhora a qualidade de vida das pessoas.
TS: Com certeza. Ninguém aguenta morar na poeira ou no barro. Então, o pedido maior da população nossa lá é esse. Nós vamos tentar nessa negociação com a Vale colocar a grande maioria do recurso que está parado lá ainda para pavimentação.
HL: Vocês já estão conversando com a Vale? Você acha que isso também acontece esse ano ainda?
TS: Com certeza, vamos buscar muito isso, acelerar esses trabalhos lá, precisamos urgente.
HL: Outra questão que eu vejo muito nessa temporada que eu estou conversando com os prefeitos, eles têm tido uma preocupação em fazer convênios com o Sistema S, Sesi, Senai, Senar, tanto no Comércio, na Indústria, na Agricultura, Agropecuária, treinando o pessoal para ter outras profissões, são cursos, por exemplo, de línguas para que o os meninos tenham outras perspectivas. Você pensa em fazer isso também ou já tem alguma coisa nesse sentido?
TS: A gente já tem uma conversa, do ano passado, com a CEDAF, que é a Universidade Federal de Viçosa, que tem um polo em Florestal, e eles querem abrir um polo lá em Juatuba utilizando alguma estrutura nossa ou uma escola, algum outro ponto que a gente possa montar esses cursos já indo nas empresas e ver a necessidade deles, porque hoje tem muita oferta de emprego nas empresas lá, só que não tem a mão de obra qualificada, então eles têm essa dificuldade.
HL: Qual é o problema da mão de obra qualificada lá?
TS: Você precisa de um mecânico especializado para algum setor, você não consegue, então, assim, é difícil você conseguir essa mão de obra. A gente quer ver com eles o que eles precisam, “ah, aqui a gente vai precisar de motorista de empilhadeira”, então nós vamos fazer um curso para atender as empresas já mais específicos, esse é nosso objetivo, porque a gente faz essa parceria para a pessoa já sair do curso empregada.
HL: E aí vocês vão fazer esse convênio, então, com a Universidade Federal de Viçosa? Para quantos cursos mais ou menos?
TS: Com Viçosa, com o Senac, com o Sesi, a gente está tendo essas conversas para a gente trazer o máximo possível de cursos técnicos, profissionalizantes e também de Ensino Superior.
HL: Tem um gargalo então na mão de obra em Juatuba? As empresas lá querem contratar as pessoas de lá. Eu vejo que lá tem várias grandes indústrias, né, tem fábrica de cerveja, tem indústria de auto peças, tem laboratório, fábrica de ração, leilão…
TS: Assim, são empresas que demandam grande mão de obra e muita das vezes elas têm que oferecer transporte para buscar funcionários de Betim, Contagem, de Belo Horizonte, a gente tem que diminuir isso, né.
HL: E mesmo essas grandes Indústrias geram uma cadeia de fornecedores enorme no entorno delas, então tem muito potencial Juatuba, não é?
TS: Tem. Nós precisamos trabalhar isso junto com eles, buscar essa parceria, até mesmo deles entrarem nessa parceria participando, oferecendo profissionais para dar cursos, porque eles vão ser os beneficiados.
HL: Você já está conversando com as Indústrias?
TS: Sim. Eu já tive conversas antes de assumir e agora a gente já está agendando algumas visitas para a gente começar já a montar essa parceria.
HL: Então você acha que tem essa vontade, não somente do seu lado, essa vontade política, mas essa vontade empresarial também de fazer um projeto integrado?
TS: Sim, eles já me procuraram e já demonstraram isso. A gente não está tendo muito tempo ainda para correr atrás, porque para organizar, realmente, a Prefeitura está demandando muito tempo, a gente está tendo que se dedicar mesmo, toda a equipe, porque a situação que a gente pegou é uma situação muito complicada.
HL: Ted, eu tenho visto também outras Prefeituras criando novos Distritos Industriais para chamar Indústrias para a região, porque a Indústria gera um salário maior na região, ela vai envolvendo todo o setor produtivo, desde o homem do campo lá, no comércio e na Indústria. Vocês pretendem também fazer uma área só para abrigar novas empresas e atrair novos investimentos? Como está esse plano na sua cabeça?
TS: Nós temos uma área grande lá, que foi doada até pelo Estado para o Município, uma área de 600 mil metros e que já foram feitas algumas doações, umas 3, 4 empresas receberam terreno nessa área, só que a área não tem infraestrutura, a área não tem água, não tem luz e nem tem ruas abertas, asfaltadas. Então, assim, o empresário recebe a área, mas ele não faz o investimento. Eu tenho que buscar um recurso para a gente poder organizar essas áreas, criar realmente um Distrito Industrial já estruturado para a gente atrair grandes empresas para o Município.
HL: Porque aí ela vai, né. A Indústria olha “tem água?” Tem. “Tem mobilidade?” Tem.
TS: E nós estamos num ponto de estratégia, nós temos a 262 e a 050 que corta a cidade, Betim e Contagem estão perto, então é uma oportunidade muito grande para as empresas ali do fluxo viário nosso.
HL: Você acha que precisa de um investimento alto também? Você já começou a fazer as contas?
TS: Precisa. É um investimento mais alto, porque para você fazer as vias dentro Distrito Industrial, são vias que têm que aguentar um fluxo de carreta, então de carga pesada, a energia tem que ser uma energia bem mais alta, bem mais forte. Então, é um investimento bem expressivo que a gente vai ter que buscar também através de parceria com Governo do Estado e Governo Federal.
HL: Porque já tem um polo industrial lá muito interessante, né? Como você falou, vários segmentos industriais já estão lá, então para trazer indústrias similares é mais fácil, porque já tem essa cultura lá em Juatuba.
TS: Sim, geralmente uma Indústria puxa a outra. Quando você abre uma Indústria do ramo de peças para fornecer peças para a Indústria Automotiva, vai puxando várias outras, então levando uma empresa grande, você leva uma empresa de transporte, você leva uma empresa que vai fornecer alimento, uma Indústria já vai trazendo várias outras ali ao redor menores que também geram emprego e renda.
HL: Habitação, como está essa questão do déficit habitacional que a gente vê sendo muito falado em outras cidades?
TS: A gente tem um déficit habitacional até razoável. Estamos até fazendo novo levantamento porque a gente pegou sem um estudo disso aí. Inclusive, hoje estamos fazendo lá na cidade algumas casas que foram uma contrapartida agora dá Vale, trabalhista, então o Prefeito aceitou lá na cidade a construção de 100 casas que estão sendo feitas, por um crime trabalhista da Vale, só que vai ser uma coisa que era para trazer um bem para algumas pessoas que vão receber essa casa, trouxe uma dificuldade muito grande para nós que estamos pegando, porque o prefeito concordou com a Vale de fazer essas casas lá num terreno que foi cedido pelo Município, ele cedeu esse terreno num bairro que a escola não cabe mais crianças, não tem vaga mais, o posto saúde é superlotado, o bairro não tem nenhuma área de lazer, então esse local onde já foram feitas, as casas já estão na fase final, são 67 casas, não têm esgoto, ele aceitou com que a Prefeitura, agora, vai fazer o esgoto, a Prefeitura vai arrumar a documentação dessas casas, vai colocar água, colocar luz e fazer infraestrutura de calçamento ou pavimentação, então é uma despesa de praticamente 2 milhões que a gente não tem recurso nenhum, ele não deixou recurso em caixa nem uma previsão disso no orçamento, então nós estamos com a casa praticamente pronta num local que não tem como doar essa casa para as pessoas.
HL: Não tem como entregar para as pessoas.
TS: Então, assim, paralisamos a construção de mais 30 que ele tinha autorizado num outro bairro que também não tem infraestrutura nenhuma.
HL: Você tem que criar o bairro todo, né?
TS: É. Para a gente tentar agora negociar com a Vale ou com o Ministério Público do Trabalho para gente ver como que a gente vai dar uma solução para essa situação, porque a Prefeitura não tem esse recurso para terminar e as casas estão praticamente prontas, então, assim, ainda fica lá o vigia, porque tem um risco, já teve ameaças até de invasão dessas casas, e não tem lá esgoto, não tem água, não tem luz, não tem pavimentação. Você vai colocar 70 famílias num bairro que não tem lazer, que não tem vaga na escola, o posto de saúde é superlotado, então, assim, por falta de planejamento de fazer as coisas a toque de caixa, isso traz um resultado muito ruim para a cidade, e a gente vai ter que estudar isso.
HL: E também não é esse ano que se resolve, porque é uma coisa complexa.
TS: É uma coisa a longo prazo.
HL: Não depende só da Prefeitura, aí depende de Copasa, de Cemig, depende do Governo do Estado viabilizar isso aí, estradas também para chegar lá. Agora, essa questão da mobilidade, ônibus, você pretende implantar também o transporte público gratuito ou não?
TS: Sim, eu visitei várias cidades que tem, uma das vizinha nossas, Bicas…
HL: Por exemplo, em Brumadinho, eu conversei com o Prefeito aqui e ele falou que vai manter.
TS: A gente tem uma diferença financeira mais complicada, que lá eles têm a questão da mineração, então fica mais fácil, mas dá para se fazer o estudo sim, eu estou montando uma comissão para já começar esses estudos para pelo menos uma tarifa reduzida, né, a Prefeitura entrar com uma subvenção aí de reduzir, porque isso realmente atinge o pessoal mais carente, a pessoa que precisa ali andar de ônibus. Então, assim, se a gente conseguir pelo menos reduzir essa tarifa para o ano que vem, eu acho que vai ser muito importante para a gente fazer uma programação para um sonho nosso, né, se Deus quiser aí até o final do mandato conseguir chegar na tarifa zero, que aí é um sonho de atender realmente a população mais carente.
HL: Ted, a relação com o Governo do Estado está boa? Você tem sentido como que vai ser aí nessa questão nos próximos anos, o que você está esperando do Governo Zema?
TS: Sim, a gente já tem uma relação muito boa, já estive lá junto a alguns órgãos no Governo já por três vezes só nessas últimas duas semanas, essa semana vou estar com o Vice-governador Matheus Simões, professor que está se empenhando muito em ajudar a cidade, sabe? Eles já estão mostrando alguns caminhos dentro do Governo que a gente vai conseguir captar alguns recursos para poder ajudar nessa organização, então, assim, eu estou esperando muito do Governo do Estado essa ajuda mais de imediato lá pra gente.
HL: Essa questão do partido, PSD, como ela se desenvolve assim na sua carreira política e também em relação à população? É essencial essa questão do Partido?
TS: O PSD, hoje, está muito forte no Brasil todo, foi o Partido que mais elegeu Prefeitos, então ganhou uma visibilidade muito grande, é um partido muito de diálogo, sempre está ali no centro, mas sempre fazendo aquela moderação. Na campanha, a gente teve aquela dificuldade que foi a extrema direita, assim, muito radical, de pedir para não votar no 55, mas como Juatuba é uma cidade pequena, todo mundo conhece, eles votam mais na pessoa.
HL: Eles votaram no Ted, não no PSD.
TS: É, algumas pessoas chegaram e falaram “ah, não queria votar no PSD, porque tem uma questão aí com o partido, mas em você eu vou confiar”. O PSD, realmente, é um Partido que está tendo muitas conquistas, essa força do PSD hoje dentro do Governo Federal, Estadual, isso é muito importante para nós, então a gente tem que buscar essa proximidade. Eu não olho nada de radicalidade, na campanha perguntavam “você é da direita ou de esquerda”, eu falei “não sou nenhum, nem de direita nem de sua esquerda, sou pra frente, quero que minha cidade vá pra frente!”. Temos ajuda do Governo Federal, temos ajuda do Governo Estadual, dos Partidos de direita, dos Partidos de esquerda, eu consegui montar as chapas lá tendo Partidos mais de esquerda, como o PDT, partidos que tem uma linha mais para esquerda, mas o PL estava na minha chapa também, o PSD junto com o PL. Então, assim, consegui esse relacionamento e um relacionamento ótimo com o Presidente do PL, ele faz parte do nosso governo, a Presidente do PDT faz parte do Governo, então a gente sabe direcionar cada um, todos têm a parte boa, o pessoal mais da esquerda sabe fazer a parte social e o pessoal da direita também de buscar investimento, do trato com os empresários, então você tem que tirar de cada um o que tem de melhor e esquecer esse trem de guerra de ideologia, de briga, a gente tem que olhar para frente, porque cidade pequena não vive só disso, de ficar brigando e atacando, a gente tem que ter a união mesmo dos Partidos, dos deputados, tem deputado de direita do PL lá que ajudou o Município, colocou emenda, então a gente vai estar reconhecendo tudo. Eu tenho um bom relacionamento com todos e quero manter isso, se Deus quiser.
HL: Que legal. Qual é a mensagem que você pode passar para o Funcionalismo Público, de tranquilizar o funcionalismo, de que vai receber, de que vai ter os direitos garantidos, de vai ter uma condição de trabalho boa, não é? Porque uma Prefeitura sem o funcionalismo não é nada, né?
TS: Com certeza, foi o que nós priorizamos. Nós chegamos lá no 1° dia, a primeira reunião lá com o Secretário da Fazenda, que é efetivo, graças a Deus é uma pessoa efetiva que tem uma responsabilidade muito grande, é do município, tem uma experiência muito grande, então a gente já fechou “primeira coisa, vamos pagar o servidor”, então paramos tudo, todas as prioridades que tinham até juntar o recurso para pagar o servidor. Isso nós conseguimos só dia 15, então é difícil você saber que o servidor está ali, em plenas férias, né, janeiro, onde vários tinham feito programações de viajar com a família, alguns ligaram “pô, marquei a única oportunidade que eu tinha de ir para a praia com meus filhos, não vou poder, porque eu não recebi”, aí você fica triste, fala “pô, infelizmente não era da minha responsabilidade, era responsabilidade do Prefeito passado, que ele tinha que ter deixado esse recurso em caixa e ele não deixou”, e o mais grave, que para mim é uma responsabilidade muito grande, o Prefeito mandou fazer uma folha à parte para ele, os secretários e algumas pessoas escolhidas a dedo do alto escalão, pagou no dia 27 de dezembro numa folha de 460 mil, onde nós passamos Natal e Ano Novo com os médicos de greve, porque estavam sem receber desde outubro. Ele (ex-Prefeito) vai lá e faz uma folha pagando o próprio salário, dos secretários e de alguns do alto escalão. No dia 31 eles já estavam com dinheiro, eles pagaram no dia 27 de dezembro a folha deles.
HL: Você acha que do jeito que a coisa está indo pode ter também um prejuízo, assim, para o salário de vocês? Vocês terem que esperar um pouco, não receber agora para poder pagar o funcionalismo, você pensa em fazer isso?
TS: A gente vai priorizar, eu já até mandei o Secretário da Fazenda e ele está fazendo uma folha escalonada, sabe? Primeiro os efetivos, depois contratados, os comissionados, porque a medida que entrar o recurso, a gente vai pagar mais rápido para a gente tentar regularizar essa folha dos servidores, só que todos são servidores, né, mesmo os comissionados, os contratados também que são necessários para fazer a máquina andar tem que receber seus salários. Então, os secretários que estão se dedicando, em dedicação exclusiva, hoje é feriado lá na nossa cidade, é dia de São Sebastião, o Secretário está lá trabalhando, porque hoje nós tínhamos que fazer o repasse da Câmara, tinha que fazer um pagamento dos médicos, então, assim, eles também merecem receber seus salários em dia. Então, a gente fica muito triste de ver um Prefeito ir lá fazer uma folha à parte, pagar o salário dele em 27 de dezembro e deixar o resto do servidor sem salário, sem nenhuma perspectiva de quando iriam receber, a gente fica muito triste com isso. Outra coisa que ele fez, uma atitude também que eu acho muito errada, ele, no mês de dezembro, juntou as notas atrasadas da empresa de máquina e caminhão, que tem que receber também, se prestou o serviço tem que receber, mas juntou essas notas e pagou setembro, outubro e novembro.
HL: Tem outros fornecedores também esperando…
TS: Pagou no mês de dezembro. Uma das notas de 470 mil, se não me engano, foi paga no dia 31 de dezembro, a empresa que fornece máquinas e caminhões. Então, nós passamos Natal e Ano Novo com a policlínica, com os médicos de greve, a população tendo que ir para outra cidade buscar atendimento, e ele pagou o que dava para nós pagar 2 meses dos médicos para a empresa de máquina e caminhão. Isso é prioridade? O cara não merece receber? Merece, a empresa tem que receber, mas qual que é a prioridade maior? Os médicos para atender a população ou essa empresa? Então, assim, são umas coisas que a gente fica assustado de ver, a coragem que eles tiveram de fazer isso com a população,
HL: O que agora você tem que resolver.
TS: E que, querendo ou não, tem a questão da legalidade. Eles trabalharam em causa própria, eles faziam uma folha à parte para pagar seus próprios salários e deixar o servidor para o outro mandato, isso entra no crime de Responsabilidade Fiscal. Então, isso tudo a gente vai estar avaliando direitinho, porque a gente tem a obrigação de fazer uma auditoria, de olhar tudo que ficou para eu não ser responsabilizado, esses 12 milhões que ficaram para a gente pagar eram de responsabilidade dele, então, assim, eu estou tirando 12 milhões do meu orçamento, que poderiam ser feito de asfalto, obras, poderiam ser pagas cirurgias, feitos investimentos na Educação, para pagar gastos que ele fez, e com falta de responsabilidade deixou para a gente, para a outra gestão, e isso é crime de responsabilidade fiscal, o Prefeito não pode deixar passar dívida para o outro gestor.
HL: Vocês vão apresentar uma queixa-crime?
TS: Vamos apresentar isso tudo, fazer o trâmite normal, fazer a auditoria e mandar para o Tribunal de Contas, mandar para a Câmara para que todos possam avaliar a responsabilidade de cada um. A gente não quer focar nisso…
HL: Não quer judicializar e passar uma gestão toda só com brigas judiciais.
TS: Eu vi muitas gestões com “ah, quero fazer para prejudicar o Prefeito”. Não, essa não é a nossa intenção, a gente quer cumprir a lei, fazer da maneira correta para eu não ser responsabilizado. Eu quero olhar para frente, para o futuro, esquecer o que ficou, a partir de agora a responsabilidade é minha, essa questão do servidor. Ele fez o crime e ele deixou, mas eu que sou responsável por pagar eles, então eu que tenho que dar meu jeito, se eu quis pegar esse compromisso, agora a responsabilidade é minha. Hoje, se o servidor está recebendo atrasado é minha responsabilidade. Então, assim, eu vou me dedicar exclusivamente a isso, se Deus quiser em poucos meses aí a gente vai regularizar o pagamento do servidor, colocar em dia, e ainda já pensar no aumento do servidor, que agora em fevereiro, esse mês agora que vem, a gente já tem que pensar nesse reajuste, vamos sentar com o servidor, discutir isso dentro dos números que a gente tiver para que a gente consiga realmente regularizar o pagamento dos servidores, que é o nosso maior gargalo e a nossa maior preocupação.
HL: Ted, você não está dormindo não, hein? (risos) Aqui, para terminar, é curiosidade minha aqui, já que você é do PSD, o PSD vai ter candidato próprio? 2026 está aí, né, agora a gente já começa a pensar no ano que vem para Governador, para Presidente. Quem vem por aí, quais os nomes?
TS: A gente espera que o Partido trabalhe isso dentro dessa força que o Partido tem de negociação com todas as áreas, eu acho que o Partido tem sim que se dedicar, colocar um nome bom aí.
HL: Tem o Rodrigo Pacheco aí…
TS: O Senador, que ajudou muito as cidades, praticamente todos os prefeitos conseguiram recurso aí nesse mandato dele e eu acho que isso fez uma diferença muito grande.
HL: Com o Rodrigo Pacheco?
TS: Com o Rodrigo Pacheco, que foi um Senador que abriu as portas do Senado.
HL: Ele tem vontade de ser candidato ao Governo de Minas ano que vem?
TS: Todo mundo, todo político fala que não quer ser candidato a alguma coisa, mas todo político que trabalha tem que ter esse sonho de sempre buscar alguma coisa a mais.
HL: É, igual você. Você começou como um Vereador, agora é Prefeito.
TS: Então, assim, a gente espera que o partido coloque um nome, que se não for o do Senador Rodrigo, que seja de outro candidato que possa realmente buscar para Minas Gerais. Esse acordo que ele conseguiu aí pra Minas Gerais foi um ganho, da renegociação da dívida, então, assim, tem o Governo do Estado também fazendo esse trabalho, eu acho que todos tinham que sentar e buscar um nome em consenso para ajudar realmente Minas Gerais, não ter essa divisão. Acho que Minas é um Estado que está carente há muitos anos, custou entrar nos trilhos aí com o Governo Zema, passou por todas as dificuldades que passou, mas é um Estado que agora está tendo toda, assim, uma visão de crescimento mesmo, então acredito que não pode sair desse caminho, acho que tem que entrar alguém que dê continuidade nesse trabalho aí que o Governador apresentou durante esses anos em que ele esteve à frente do Governo de Minas.
HL: Está bom. Ted, bom trabalho para você, muito obrigada pela entrevista e que Deus te abençoe aí.
TS: Agradeço muito e quero falar para a população de Juatuba, que todos aí é possam acreditar mesmo, confiar, como confiaram em mim na campanha, no trabalho que eu vou fazer com muita dedicação, vou trabalhar muito mesmo, estou colocando a minha vida nesse projeto, junto com a minha família, que está me ajudando, minha esposa é funcionária também efetiva, está lá trabalhando incansavelmente, Regina está trabalhando incansavelmente lá comigo, me apoiando em todas as ações, com os meus secretários também, secretariados todos com vínculo no Município lá de Juatuba, a gente tem essa ligação, então, assim, a gente vai trabalhar muito, com muita responsabilidade, fazendo o que realmente tem condição de fazer, não fazendo loucura, porque a gente é de Juatuba, a gente gosta da cidade, quer que a cidade entre no caminho certo e com perspectiva de crescimento e de melhora de vida para o cidadão, porque o cidadão já sofreu muito, nós não queremos isso não, nós queremos uma cidade feliz. Tivemos uma festa nesse fim de semana, Festa de São Sebastião, onde você via alegria no rosto das pessoas, as pessoas felizes por estar participando de um evento cultural que foi deixado de lado durante esse mandato passado e a gente conseguiu resgatar isso.
HL: Vem muita coisa boa aí.
TS: Se Deus quiser vamos trabalhar muito para isso. Muito obrigado mesmo por essa oportunidade.
HL: Obrigado a você, Ted.