No contexto de um cenário econômico desafiador, em que empresas mineiras buscam caminhos para crescer em meio a custos elevados e juros ainda altos, a Fecomércio MG defende com firmeza a necessidade de uma reforma administrativa como eixo central para destravar o desenvolvimento.

Durante o Conexão Empresarial Anual 2025, evento promovido por VB Comunicação e jornal O TEMPO, o presidente da entidade destacou, em entrevista exclusiva, o papel da federação como elo entre empresários e o poder público, a importância da atuação conjunta com outras entidades do setor produtivo e os desafios trazidos pela implementação da reforma tributária para o comércio.

Qual seria a solução para facilitar a vida do comércio?
A Confederação Nacional do Comércio e a Fecomercio Minas entendem que a solução para facilitar a vida do comércio é uma reforma administrativa. Por que a reforma administrativa? Porque você precisa enxugar custos no Brasil. Ao enxugar custos você melhora os gastos, você melhora o transporte, você melhora a mercadoria que chega mais rápida, enfim, você tem condições de fazer investimentos. Então, o comércio necessita de capital de giro, mas isso não resolve. O governo precisa nos ajudar no sentido de fazer com que as despesas, seja do município, do Estado ou da Federação, sejam muito reduzidas.

Onde o Sistema Fecomércio MG pode ajudar para a melhoria dos negócios?
A Fecomércio, ela ajuda na questão dos cursos, na questão da discussão de tributos, dando apoio jurídico, dando apoio institucional, fazendo uma conexão entre o empresário e o governo ou, às vezes, o município ou o Estado ou o governo federal. Esse é o papel da Federação de ser um elo de ligação entre o empresário e tudo aquilo que ele necessita.

Vocês juntaram os 3 Fs (Fecomércio MG, Fiemg e Faemg) na atuação em bloco de reivindicações necessárias das três entidades para os segmentos da economia que elas representam. Qual motivo e quais os resultados já foram atingidos?
Essa junção dos três F's foi fundamental. Primeiro, nós tivemos muitas vitórias, né? A questão dos sites internacionais, que a gente conseguiu colocar um imposto de importação de 20%, ainda não é o ideal, ainda não é o equilíbrio entre as partes, mas pelo menos conseguimos. A própria Confederação Nacional do Comércio, a CNI, entraram com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo para discutir esse assunto. Nós fizemos um trabalho muito forte mediante a reforma tributária para aliviar um pouco os percentuais. Então, assim, os três F's se autoajudam e temos também uma conversa muito próxima ao governador. Agora, o intuito das três federações é manter Minas Gerais com uma gestão de transparência, uma gestão de economia, uma gestão que possa colocar nosso estado de volta nos quadros importantes do país.

Quais são as pautas econômicas que afetam a vitalidade das empresas do comércio mineiro?
Sem dúvida, a pauta econômica que mais influencia na vitalidade das empresas são os juros altos. Nós precisamos ter juros condizentes para que as empresas possam buscar capital de giro, seja ele para abrir novas lojas, seja ele para comprar novos produtos, seja ele para fazer promoção para o cliente, mas com certeza a questão financeira é fundamental para que as empresas crescerem.

Os serviços ofertados pelo Sesc e Senac em Minas Gerais têm contribuído para melhorar a vida do trabalhador no comércio de bens e serviços e turismo de Minas Gerais?
Há cerca de três anos, quando nós entramos, a nova diretoria assumiu a Federação Sesc-Senac, nós viemos crescendo absurdamente o número de alunos no Senac, o número de trabalhos com a cultura, esporte, lazer no Sesc, e isso está acarretando uma melhor vida, uma melhor condição para os colaboradores do comércio de bens, serviços e turismo. Então, esses serviços são ofertados e digo aqui, no caso do Senac, nós temos mais de 400 cursos, 92% deles são gratuitos. Então, a pessoa hoje que quer estar num bar, um restaurante, um hotel, numa loja, ele tem esse curso gratuito e pode.

Quais são os desafios da reforma tributária para o setor do comércio na implementação?
A reforma tributária, ela vai ser implantada no comércio durante cinco anos. Eu acho que ela é lenta o processo de implantação, mas de qualquer forma, ela pode causar uma dúvida muito grande nos comerciantes lidando com dois tipos de impostos durante o ano. Então ela vai ser um pouco confusa. Mas aí a federação tem o papel de deixar isso um pouco mais transparente e mais acessível a esses empresários.

Qual é a importância da Fecomércio MG em participar de eventos como o Conexão Empresarial, realizado pela VB e O TEMPO?
Conexão Empresarial leva conhecimento de vários setores. Eu tive a oportunidade de entender, por exemplo, de mineração, tive várias explicações de pessoas que entendem demais desse setor. Diante dessa troca, as informações se tornam um aprendizado, em que você tem não só a questão da economia, a questão da política, mas tem a questão dos setores de Minas que são importantes, que é o caso da mineração.