A década de 80 foi muito movimentada para a indústria automobilística em geral, em particular para a Volkswagen. Foi nesta época que seu maior sucesso de todos os tempos, o lendário Fusca, que, a propósito comemorou seu dia nacional na última terça-feira (20), deixou de ser produzido no Brasil. Em seu lugar, entrou o compacto Gol.

Nos primórdios, o modelo que liderou por décadas o mercado nacional patinou em vendas. Era um projeto novo e arrojado, mas que nasceu com um pecado original, o motor 1.3 refrigerado a água herdado do “Besouro”.

A vida do Gol só melhorou depois da substituição pelo bloco 1.6, que usava água em seu radiador, mas ainda estava longe de ser a unanimidade. Foram versões com apelo esportivo e de maior valor agregado que, de fato, impulsionaram as vendas do “carrinho”.

Primero a GT, que durou de 1984 a 1986, depois a GTS e, por último, a desejada GTI, que inaugurava a injeção eletrônica. Desde então, já se passaram 26  anos sem a reedição de algumas destas siglas nos produtos da Volkswagen.

Mas agora uma delas está de volta e justamente a mais emblemática de todas elas: a GTS, que  retorna ao mercado despejando seu DNA de esportividade no VW Polo.

Para conhecer e acelerar a novidade, Super Motor foi até o circuito VeloCittà, em Mogi Guaçu, município a 180 km de São Paulo. O Polo GTS já está disponível na rede VW de todo país com preço a partir de R$ 99.470. Com os opcionais, que é a pintura metálica e o sistema de som Beats, o valor pula para R$ 103 mil.

Confira o vídeo do novo Polo GTS:

Queimando o asfalto

Em novembro de 2018, no estande da marca no Salão do Automóvel, em São Paulo, a VW exibiu ainda como conceito, o Polo e o seu derivado sedã, o Virtus, ambos com a alcunha GTS. Porém, apenas o hatch está sendo lançado e o sedã só estreia em fevereiro.

A sigla GTS é abreviatura de Gran Turismo Sport, e para carregar o emblema duas são as premissas básicas: tecnologia e esportividade, ambas presentes no Polo GTS. 

Começando pelo motor 1.4 TSI de 150 cv de potência e 250 Nm ou 25,5 jgfm de torque e câmbio automático de seis velocidades, o AQ250, o mesmo utilizado no VW Jetta.

Um esportivo que se preze precisa de desempenho e neste quesito o Polo GTS não decepciona, sai da imobilidade e chega aos 100 km/h em 8,4 segundos e sua velocidade máxima atinge os 207 km/h.

Sopa de letrinhas

Em relação à eletrônica, a tradicional sopa de letrinhas que se traduz em mais segurança. O esportivo traz o XDS+ (bloqueio eletrônico do diferencial), que faz parte do ESC – Controle eletrônico de estabilidade (item de série).

Segundo a fábrica, sistema aumenta a agilidade e diminui a necessidade de movimentação do volante por meio de intervenções seletivas nos freios das rodas internas às curvas nos dois eixos e permitindo uma transferência do torque disponível do motor para as rodas externas. Ainda presente a opção ESC, que também inclui o sistema de frenagem automática pós-colisão (Post-Collision Brake).

Gosto do freguês

Assim como no irmão maior, o Jetta GLI, outro modelo com DNA esportivo, lançado ano passado, o Polo GTS conta com o seletor do modo de condução, que altera até o som do motor – o motorista pode escolher entre os modos “normal”, “ecológico”, “esportivo” ou “individual”. Quando é selecionado o modo esportivo, entra em ação o atuador sonoro, que transmite ainda mais esportividade.

Mas também o visual o diferencia da versão convencional, são exclusivos alguns detalhes, como os faróis full LED, a grade do radiador, que tem formato de “colmeia” e traz o logo GTS.

O para-choque dianteiro é novo, as rodas do conceito exibido no Salão, eram de 18 polegadas, mas a versão oficial está calçada com aro 17, diamantadas, com pneus 205/50, de perfil misto e mais equilibrado. Ainda no visual, as capas dos retrovisores pintadas de preto brilhante.

Marca registrada

Pintura lisa em toda carroceria sem muita “firula”, uma curiosidade, a sigla GTS, em preto com detalhes vermelho, está na parte dianteira, nos dois para-lamas e na tampa traseira do porta-malas, o nome Polo não aparece. E por falar nesta peça, ela traz um defletor pintado em preto brilhante.

As lanternas são de LED, com assinatura noturna diferenciada da versão Highline. A saída de escapamento é dupla. Por dentro, o mesmo padrão de neutralidade, teto, bancos e laterais de porta são da cor preta, os bancos esportivos oferecem bom apoio ao corpo em curvas. O apoio de cabeça integrado remete aos bancos utilizados em carros de competição.

Túnel do tempo

O revestimento dos assentos mistura tecido e couro, com linhas horizontais que fazem referência aos bancos dos modelos da década de 1980 e com a sigla GTS gravada no encosto. No passado os bancos do Gol GT e GTS eram da marca Recaro.

O volante tem acabamento em couro e costuras vermelhas e a sigla GTS na base. Detalhes na cor vermelha também estão nas molduras das saídas de ar, base da alavanca de câmbio e tapetes. De série, painel digital (Active Info Display).

Entre os equipamentos de série, sistema Kessy de acesso ao veículo e partida do motor sem uso da chave, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros para auxílio ao estacionamento (que incluem câmera de ré), sistema start/stop e o sistema de som Discover Media, com tela colorida de oito polegadas sensível ao toque, navegação, App-Connect e comando por voz.

Pacote 'clássico'

Também são itens de série no Polo GTS, o detector de fadiga, retrovisor interno eletrocrômico, sensores de chuva e crepuscular e o controlador automático de velocidade (piloto automático).

Assim como aconteceu com seus antecessores que carregaram o emblema GTS, esta nova versão do Polo tem tudo para se tornar, também, daqui a alguns anos, um clássico da indústria, daqueles que deixam saudades e precisam ser revistos de tempos em tempos.