Em 2005, a Yamaha Crypton ia mal e mal. Vendia poucas dezenas de unidades por mês. Tanto que a montadora japonesa resolveu tirá-la de produção. Na época, as scooters é que eram modernas e a marca investiu suas fichas na Neo AT 115. Só que moda nunca foi boa conselheira. Agora, o mercado voltou a se interessar por CUBs - abreviatura de Category Upper Basic, ou categoria básica superior - e a Yamaha decidiu relançar a mesma Crypton, agora com 115 cc. Deu certo. De março a julho, foram nada menos que 13.210 unidades vendidas. Exatamente o dobro do que comercializou em todo 2004, último ano completo em que estava no mercado. A volta da Crypton não deixa de ser também uma resposta à Honda, que invadiu o nicho de scooters com o lançamento da Lead.
Mas o alvo principal dessa volta da Crypton é a Honda Biz 125. É claro que, como ocorre em todos os segmentos de baixa cilindrada, os números de venda das duas marcas são díspares - a média mensal da CUB da Honda é de 15 mil unidades e a da Yamaha é pouco superior a 2,5 mil motocicletas em cada um desses cinco meses de comercialização. Só que a Crypton tem, pelo menos, uma vantagem bastante sólida sobre a rival: o preço. O modelo mais completo, com freio a disco e partida elétrica, custa R$ 5.300, enquanto a Biz, para ter freio a disco, vem num pacote que inclui rodas de liga leve e sai a R$ 6.600.
Racionalidade. Há vários motivos racionais para justificar a presença de uma CUB na garagem. É um veículo barato (custa pouco mais de R$ 5.000, novo), econômico (faz quase 40 km/l), fácil de estacionar e que não fica preso em engarrafamentos. Mas basta um motivo emocional: dirigir uma CUB é muito divertido. E a Yamaha Crypton ainda capricha nessa condição pelo ótimo comportamento dinâmico que apresenta. Como é muito magra e tem muita maneabilidade, consegue passar em espaços que as motos 125 ou 150 ficam entaladas. Nos semáforos, ela arranca rapidamente e deixa a "patinação" típica de câmbios centrífugos para trás, junto com os demais carros.
Acerto. Além de ser leve e magra, a Crypton tem um bom acerto de suspensão. A estabilidade também é ampliada pelas rodas grandes, de 17 polegadas, que também ajudam a filtrar os buracos e irregularidades. O conforto é reforçado pelo bancos de bom tamanho e densidade. Quando encontra espaço livre à frente é possível chega a boas velocidades - a máxima foi de 105 km/h. Mas, em condições normais de trânsito, a velocidade não passa facilmente dos 80 km/h. E é nesse desempenho que está a principal limitação da Crypton. Como as outras CUBs, ela não tem vigor para encarar uma via expressa ou um rodovia.