Cada um sabe o tamanho e o peso do fardo

Critério é questionado e escolha de Fofão gera críticas à CBV

Você faz suas escolhas, e suas escolhas fazem você.

Por Bruno Voloch
Publicado em 27 de fevereiro de 2023 | 09:50
 
 

O vôlei com conhecimento e independência jornalística

Fofão pode ter sido unanimidade como atleta.

E foi.

Currículo e postura irretocáveis em mais de 20 anos de estrada.

Para a CBV, Confederação Brasileira de Vôlei, condições suficientes para coloca-lá no cargo de treinadora da seleção sub-17.

Para a maioria não.

Qual o histórico dela como técnica?

Que tipo de experiência tem na função?

Quais times Fofão treinou?

Essas são algumas perguntas que de fato são usadas e estão no ar.

E sem resposta.

Sim, porque Fofão realmente não apresentou (ainda) nada, ou seja, resultados na prática para que pudesse ser escolhida.

O blog recebeu inúmeras mensagens de técnicos pelo Brasil afora que estão em atividade e buscando espaço, leia-se, valorização.

Outros tantos, que passaram pela CBV e dirigiram as categorias de base, vão no mesmo sentido.

'O passado dela não se questiona. Mas falo como atleta. O critério na escolha é suspeito e evidencia a falta de credibilidade da atual gestão', diz um deles, com serviços prestados ao infanto e juvenil.

O raciocínio é compartilhado.

'A Fofão chega pressionada e talvez seja a menos culpada dentro desse processo. Não precisava', comenta.

E faz sentido.

Fofão pulou etapas e será usada pela atual gestão.

Política.

Uma estratégia interessante e ao mesmo tempo arriscado de Jorge Bichara, o 'para-raio', que atinge vários segmentos do esporte e principalmente da sociedade.

Mas para os dirigentes é simples: não deu certo, troca.

Fofão não precisava desse covarde empurrão da CBV. Fofão foi reconhecida por onde passou, mas assume a seleção feminina sub-17 apadrinhada.

É o que fica implícito.

Fofão sempre andou com as próprias pernas e venceu nos times e na seleção brasileira por méritos próprios.

Agora terá que carregar essa fardo.

Você faz suas escolhas, e suas escolhas fazem você.

Só que até o fardo mais leve torna-se pesado depois de algum tempo.

É aquilo: abra portas pela competência, não por apadrinhamento. O apadrinhamento tem prazo de validade, sua competência não.