No ano passado, mais de 74 mil denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio pela internet foram encaminhadas à Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Safernet, organização de defesa dos direitos humanos em ambiente virtual. Esse foi o maior número recebido pela organização desde 2017 e representou aumento de 67,7% em relação a 2021.

A intolerância religiosa aparece em segundo lugar, com um crescimento de 456% em 2021 e 2022, perdendo apenas para a xenofobia – preconceito contra estrangeiros ou determinado povo –, que subiu 874%, com 10.686 denúncias no período. 

A misoginia, ou opressão às mulheres, vem em terceiro lugar no ranking de crimes envolvendo discursos de ódio na internet, com aumento de 251%. Todos os demais delitos, que incluem apologia e incitação a crimes contra a vida, LGBTFobia e racismo, também cresceram. 

A única exceção foi o neonazismo, que caiu 81,6% em 2022 em relação ao ano anterior. Essa queda, no entanto, não significa que o crime venha diminuindo no país. 

“A redução significa que boa parte da atividade das células neonazistas migrou da web aberta para ambientes mais fechados, como aplicativos de troca de mensagens e a deep web”, explicou o diretor-presidente da Safernet, Thiago Tavares. Ele observa que as denúncias de crimes de ódio na internet tendem a crescer em anos de eleição no Brasil.

(Agência Brasil)