Recife. Uma família destruída pelas drogas. Uma adolescente de 17 anos morreu, na madrugada de ontem, após o uso de loló, em Recife, Pernambuco. Valdilene Ferreira Nunes, que estava grávida de 2 meses, chegou sem vida na Policlínica Arnaldo Marques, no bairro Ibura, na zona Sul da capital pernambucana.

Valdilene havia sido levada para o local por outros quatro adolescentes após passar mal. Segundo a polícia, eral teria caído e batido a cabeça no chão após discussão entre os jovens que cheiravam a substância.

No último dia 26 de dezembro, a irmã de Valdilene morreu, no Jardim Monte Verde, também por suspeita de overdose. Rafaela Freitas Nunes tinha 11 anos.

Os dois casos estão sendo investigados pela Polícia Civil. O corpo da adolescente foi levado ao Instituto do Médico Legal (IML). Um laudo apontará se ela morreu de overdose. Não há previsão para a conclusão do exame.

Depoimento. Os quatro adolescentes que também estariam consumindo loló - droga barata e de fabricação caseira - junto com Valdilene, foram encaminhados ontem para a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA).

Entre eles, está uma menina de 16 anos que é irmã Valdilene e Rafaela. Os quatro jovens contaram à polícia que estavam usando drogas e que, durante uma briga entre o grupo, a adolescente foi empurrada, caiu e bateu com a cabeça.

A polícia disse que vai aguardar o laudo do IML para identificar a causa da morte e para detectar se ela tinha consumido drogas antes de morrer. "Se ficar comprovado que ela morreu em consequência da briga, o jovem talvez seja indiciado por homicídio culposo, sem intenção de matar", explicou ontem o delegado Antônio de Campos, que investiga a morte de Valdilene. "E, se provar que foi overdose, resta a polícia continuar as investigações para saber quem é o fornecedor", completou.

Histórico. Há cerca de dois anos, um irmão de Rafaela e de Valdilene que, na época, tinha 16 anos, também morreu de overdose.

Em janeiro deste ano, a situação piorou de vez com a morte da mãe que, além de ser usuária de drogas, também bebia com frequência. Um outro irmão está preso por tráfico e roubo. Rafaela era a única da família que frequentava a escola e estava matriculada no ano letivo de 2011.

A delegada Kelly Luna, que investiga a morte de Rafaela, está aguardando o resultado dos exames toxicológico e sexológico realizados pelo Instituto Médico Legal (IML).