O sobrenome "da Silva" é um dos apelidos mais usados no Brasil e em Portugal. Durante o período colonial este sobrenome foi dado a milhares de escravos que chegaram ao Brasil.
Essa é a explicação mais provável, segundo o genealogista Carlos Eduardo Barata, autor do Dicionário das Famílias Brasileiras. Além disso, muitos portugueses que vieram para o Brasil em busca de uma vida nova adotaram o "Silva" para beneficiarem-se do anonimato que o sobrenome comum oferecia.
A origem dos "Silvas" é controversa, mas tudo indica que o apelido surgiu no Império Romano para denominar os habitantes de regiões de matas ou florestas - silva que, em latim, significa "selva". Muitos desses habitantes refugiaram-se do império justamente na península Ibérica.
O primeiro "Silva" a fixar raízes no Brasil foi o alfaiate Pedro da Silva, em 1612. Hoje, é impossível saber quantos "Silvas" existem no Brasil já que nenhum órgão oficial tem uma estatística nacional sobre o tema. Entre os 4,6 milhões de assinantes de telefone da empresa na cidade de São Paulo, 295.622 são "Silva".
Pesquisa. O Dicionário das Famílias Brasileiras tem cerca de 60 mil sobrenomes de famílias cujas origens, além de portuguesas, indígenas e africanas, são sobretudo espanholas, italianas, alemãs, libanesas e francesas. Estão presentes também grupos étnico-religiosos como o dos judeus.
Para Barata, a obra tem "uma abordagem democrática", não se atendo apenas às famílias da elite, diferentemente do que ocorre no Brasil com a maior parte dos levantamentos genealógicos. Por isso foram incluídas nos dois volumes do dicionário as famílias das grandes levas de imigração que ocorreram depois da segunda metade do século XIX, indo um pouco além de 1945, após a Segunda Guerra Mundial. (ACB)