O vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus Simões, justificou os investimentos de R$ 4,5 milhões no sistema de sonorização como uma estratégia do governo do Estado para não deixar o Carnaval se "apequenar" em Belo Horizonte. Segundo ele, a festa se afastou da prefeitura da capital, o que atraiu um número menor de foliões e diminuiu as arrecadações durante o período festivo no ano passado. No entanto, dados da prefeitura de BH indicam o crescimento da folia em 2023.
"No último ano (2023) nós vimos o Carnaval de Belo Horizonte perder potência. Não acompanhou o crescimento que estava desde que começou, nos últimos oito anos, com ex-prefeito Márcio Lacerda", avaliou Simões.
A declaração do vice-governador diverge dos números apresentados pela Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), que é responsável por organizar o Carnaval de Belo Horizonte. Conforme o levantamento o número de foliões aumentou de 4,5 milhões de 2020 para 5,2 milhões em 2023.
O estudo também mostrou que, no ano passado, a festa movimentou cerca de R$ 721 milhões, número maior que os R$ 432 milhões de 2020. Houve também um crescimento no número de blocos, de 521 para 540. Nos anos de 2021 e 2022, a festa foi suspensa em Belo Horizonte por causa da pandemia da Covid-19.
Dificuldade para conseguir patrocínio
O vice-governador, professor Mateus Simões, avaliou que a prefeitura de Belo Horizonte erra ao não custear a festa com recursos obtidos via Lei de Incentivo à Cultura. Segundo Simões, isso ajuda a justificar a dificuldade do executivo municipal em atrair patrocinadores. Até essa quinta-feira (18 de janeiro), a prefeitura captou R$ 5,5 milhões em patrocínios para o Carnaval, e admite a possibilidade de custear a festa com recursos do município.
"Não se pode financiar Carnaval com dinheiro da Lei de Incentivo, o que para mim é um erro. No Estado, nós podemos. Essa é uma alternativa", avaliou Simões.
Um dos patrocinadores da folia de Belo Horizonte é o Governo de Minas, que investiu no novo modelo de sonorização. A estrutura, que estará disponível nas avenidas dos Andradas e Amazonas, irá reproduzir a música das bandas e da bateria dos cortejos. O investimento é de R$ 4,5 milhões, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Fuad rebate declarações
Nas redes sociais, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, rebateu as declarações do vice-governador, o professor Mateus Simões. "Como é bom ver todo mundo querendo participar do Carnaval de BH. Quem antes nunca ajudou, agora quer aproveitar. Isso é bom. A nossa festa é sucesso há mais de uma década e se tornou grande e disputada por ser popular, democrática e inclusiva. A festa é do povo", publicou.
Como é bom ver todo mundo querendo participar do Carnaval de BH. Quem antes nunca ajudou, agora quer aproveitar. Isso é bom. A nossa festa é sucesso há mais de uma década e se tornou grande e disputada por ser popular, democrática e inclusiva. A festa é do povo. pic.twitter.com/PCIcQwtBgn
— Fuad Noman (@fuadnoman) January 18, 2024