O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta quinta-feira (28) que apresentou denúncia contra um homem de 32 anos que participou do assalto a uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) em Itajubá, no Sul de Minas, há quase 40 dias. O denunciado foi o único preso pela polícia em Minas Gerais instantes após o crime. Desde então, apenas um outro suspeito foi preso em São Paulo, acusado de armazenar o armamento usado na ação após o delito.
+ Um mês após assalto em Itajubá, caso não avança e órgãos fazem 'jogo de empurra'
O MPF considera que o homem integra o "novo cangaço", que, de modo conjunto e coordenado, um bando, com alto poder de destruição (armas de grosso calibre, explosivos e veículos, muitos deles blindados), sitiam cidades inteiras, atacando postos das forças de segurança e roubando veículos particulares, que são estacionados em pontos estratégicos e incendiados para impedir a ação de policiais, enquanto outra parte do bando arromba e explode agências bancárias. O crime é marcado por disparos de arma de fogo para o alto e em direção às pessoas que se avizinham ou que tentam capturar imagens dos bandidos.
De acordo com as informações do Ministério Público Federal, na noite de 22 de junho, o grupo, do qual o preso fazia parte, "aterrorizou a cidade" em um assalto "executado com extrema violência, mediante uso de armas de fogo de diversos calibres, incêndios, explosões e fugas em alta velocidade".
Após o roubo, o bando se dividiu e fugiu por estradas rurais dos municípios vizinhos a Itajubá. O suspeito preso à época, e agora denunciado, foi abordado pela polícia numa estrada vicinal entre os municípios de Cambuí (MG) e Consolação (MG), e, diante das perguntas sobre o motivo de estar àquela hora naquele local, apresentou respostas contraditórias e pouco convincentes, acabando por confessar sua participação no roubo.
As investigações apontaram que o homem participou ativamente não só da execução, como dos atos preparatórios da ação criminosa, seja alugando o veículo que estava conduzindo no momento da sua prisão em flagrante, seja emprestando seu próprio carro para a empreitada, seja comparecendo em dias anteriores a Itajubá, acompanhado de seus comparsas, para conhecer o local e estabelecer as rotas de entrada, bloqueios e fuga.
No dia do crime, a função dele era de ser batedor, dirigindo à frente dos outros veículos, para verificar eventuais barreiras policiais. Ele foi denunciado pelos crimes de roubo majorado, dano qualificado e incêndio. Apesar da denúncia, as investigações continuam.