O Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) promoveu na tarde desta sexta-feira (10) uma transmissão ao vivo nas redes sociais para explicar a alunos e professores como funcionará o Ensino Remoto Emergencial, que começará a sem implementado no dia 3 de agosto. No entanto, o que mais se viu através dos comentários foram críticas.
Quem falou primeiro na live foi o diretor-geral, professor Flávio Santos. Ele explicou a situação atípica que a instituição vive devido à pandemia de coronavírus. “A situação que tínhamos no início da pandemia tem se mostrado muito dinâmica. O nosso objetivo inicial, que era a reposição das aulas de forma presencial, o que é o desejo de toda a comunidade do Cefet-MG, tem se mostrado, recentemente, algo muito difícil para o ano de 2020”, disse.
Ele também destacou alguma diretrizes que serão impostas durante a implementação das atividades à distância: cuidar para que os alunos tenham acesso adequado aos meios digitais, especialmente aqueles em condições socioeconômicas mais vulneráveis, ou que tenham alguma necessidade específica; a capacitação dos professores; e processo de regulação das normas acadêmicas.
A vice-diretora, professora Celeste Costa, lembrou que um dos principais objetivos desta volta às aulas é garantir o direito de educação a todos, previsto na Constituição Brasileira. “E aí vem o nosso desafio, de proporcionar aos alunos uma educação em igualdade de condições, no acesso e na permanência”, afirmou.
Retorno
O Ensino Remoto Emergencial foi aprovado na última sexta-feira (3) em caráter temporário. A resolução, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), prevê que os alunos que não puderem ou não quiserem aderir à modalidade podem trancar a matrícula.
Segundo a decisão, a volta às aulas dos cerca de 17 mil estudantes de todos os 11 campi deve ocorrer de maneira escalonada até o dia 12 de agosto. "O período anterior à retomada será utilizado para preparação das atividades de ensino remoto. Com isso, o Conselho Diretor decidiu, também, suspender as férias docentes previstas entre 13 e 27 de julho, que serão reprogramadas para este ano ainda. Casos excepcionais serão deliberados pela Direção-Geral", informou o Cefet-MG.
Assinada pelo presidente do Cepe, Flávio Antônio dos Santos, a resolução considera a "impossibilidade de retomada das aulas presenciais regulares a curto ou a médio prazos", devido à pandemia do coronavírus, e uma portaria do Ministério da Educação, que autoriza a substituição das disciplinas presenciais por atividades letivas que utilizem recursos digitais, tecnologias de informação e comunicação ou outros meios, até 31 de dezembro de 2020.
O texto diz, ainda, que o processo de organização do ensino remoto deve ter como diretriz a oferta de condições pedagógicas, de infraestrutura e apoio psicossocial aos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica ou com necessidades especiais e aos servidores que precisarem. Antes da implantação do regime remoto, os servidores devem ser qualificados para utilizar as ferramentas e metodologias necessárias.
Contra
A grande maioria dos estudantes que comentaram na própria transmissão e em outras redes sociais se posicionaou contra esse retorno, principalmente devido ao fato de que muitos discentes não têm condições de arcar com custos tecnológicos.
O representante titular dos alunos do ensino técnico no Cepe e presidente do Grêmio Estudantil da unidade Varginha do Cefet-MG, João Guidugli, votou contra o ensino remoto. Ele acredita que o retorno das aulas dessa forma será prejudicial e pode contribuir para a precarização do ensino.
"É excludente em si, ao ponto do projeto do Cefet-MG afirmar que quem não puder participar tranque a matrícula. Acreditamos na educação como libertadora, gratuita, pública e universal. Falar de ensino remoto é tratar como privada, sectária e individual, já eliminando aqueles que não tem acesso ao ensino", afirma Guidugli. "Fora os problemas econômicos e sociais dos alunos, neste momento vivemos um agravamento de problemas relacionados à saúde física e mental. Não podemos ignorar isso e acreditar que estamos em um novo normal", ponderou.
O diretor de comunicação da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico e estudante do Cefet-MG, Arthur Quadra, diz que o ensino remoto não substitui o presencial e preocupa pelos problemas já identificados em outras modalidades. "Isso deixa todos angustiados. O mais importante agora, que o projeto foi aprovado, é que nenhum passo do planejamento seja dado antes do perfilamento socioeconômico e psicossocial dos estudantes", explicou.
Veja outros comentários:
@cefet_mg : todo mundo apoia o ensino remoto
A comunidade do cefet-mg:#EnsinoRemotoNao pic.twitter.com/w6rhHpNAfA
CARTA DOS GRÊMIOS ESTUDANTIS AOS ESTUDANTES E A COMUNIDADE DO CEFET-MG! #EnsinoRemotoNão
Por meio dessa carta assinada pelos grêmios estudantis de todos os campus do CEFET-MG reforçamos nossa posição contrária ao ensino remoto que aprofunda a precarização da educação! Dê RT! pic.twitter.com/EKw5t8Dofk
Na live do CEFET temos:
- declaração de amor
- gente procurando namorado
- #EnsinoRemotoNao
- quem mandou matar Marielle
- coisas sem sentido
- naruto
O que não temos:
- as informações que os alunos querem
A COMUNIDADE RESPONDEU | #EnsinoRemotoNao pic.twitter.com/YYAs2lLZQS
— Grêmio Estudantil CEFET-MG Varginha (@cefetgremiovga) July 10, 2020"temos que nos preocupar se vcs têm condição de assistir as aulas"
linda a preocupação 🥰🥰🥰🥰🥰agr cadê a solução amada? #EnsinoRemotoNao
Não houve nenhum diálogo com os Grêmios!
Mentira!!#ENSINOREMOTONAO #ENSINOREMOTONAO #ENSINOREMOTONAO #ENSINOREMOTONAO
-Questionário para saber opinião dos alunos se volta ou não as aulas em modo remoto-
Alunos: não, as pressas não.@cefet_mg : VAI VOLTAR SIM E RÁPIDO!#EnsinoRemotoNao pic.twitter.com/OIGTSWWgVG
ninguém na minha tl a favor do ead, sigo as pessoas certas🙏🏻🙏🏻🙏🏻#EnsinoRemotoNão
— cajulia (@analamounier_) July 10, 2020