Imunização

Covid: vacinação para quem tem 35 anos começa com filas em BH

PBH dividiu a aplicação em dois dias, por gênero; hoje, os homens de 35 anos recebem a vacina

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 04 de agosto de 2021 | 10:26
 
 
No Centro de Saúde Oswaldo Cruz, no Barro Preto, as pessoas esperavam 40 minutos para se vacinar Foto: Alex de Jesus / O Tempo

Com o início da vacinação de pessoas com 35 anos na capital, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) dividiu o dia de vacinação dessa faixa etária por gênero: nesta quarta-feira (4), vacinam-se os homens, e nesta quinta (5), é a vez das mulheres. Mesmo com a divisão, houve filas em alguns pontos da cidade.

Segundo a prefeitura, a separação foi necessária devido ao tamanho do grupo, que tem 40 mil pessoas. Ao mesmo tempo, ocorre hoje a aplicação da segunda dose para homens e mulheres de 50 a 52 anos com comorbidades. 

No posto de drive-thru da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na região da Pampulha, os motoristas esperavam cerca de 40 minutos para se vacinar. O economista Wagner de Oliveira, 35, foi ao posto de bicicleta e conseguiu sua dose. "Comecei a usar a bicicleta como meio de transporte na pandemia porque não tenho carteira de motorista e fiquei com receio do transporte público. Fico mais tranquilo agora que me vacinei, ainda mais com o perigo da variante Delta", diz. Com duas máscaras de pano, ele diz que não tem problemas para pedalar com o acessório, que é de uso obrigatório.

O taxista Renato Lima, 35, também se vacinou no drive-thru, aproveitando uma pausa no dia de trabalho. Ele conta que já transportou idosos para se vacinarem há alguns meses e aguardava ansioso pela sua vez. "Queria ter me vacinado há mais tempo porque trabalho com um pouco de medo. Agora vai ser mais tranquilo", pontua.

No Centro de Saúde Santa Amélia, também na região da Pampulha, a fila começou cedo, mas andava rápido por volta das 8h. Para o designer Victor Hugo Costa, 35, a divisão por gênero deveria ter sido adotada antes. "É bom para não tumultuar e evitar uma fila muito grande. Para nós, que somos jovens, teria menos problema. Mas minha mãe, de 63 anos, ficou duas horas na fila para se vacinar. Eu vou tomar a vacina para proteger as pessoas que eu amo. A minha filha tem sete anos e é asmática", conta.

O analista de sistemas Robson Henrique, 35, chegou ao posto logo na abertura, acompanhado pela mulher, a também analista de sistemas Fernanda Silva, 38, já vacinada. "Acho que a divisão por gênero foi por critério técnico. Estou ansioso para me vacinar há muito tempo", conta.

A advogada Nelma Emerick, 52, foi ao posto para receber a segunda dose da vacina. "Na minha casa, só minha filha de 15 anos não está vacinada. A vacina é uma proteção, mas uma parte da proteção é responsabilidade minha", diz. Mesmo com a convocação para a segunda dose de quem tem comorbidades e 50 a 52 anos, a prefeitura lembra que aplicará a vacina no máximo uma semana antes do que está previsto no cartão da vacina.

Para evitar desencontros, a PBH também orienta que a pessoa cheque os endereços da vacinação no site antes de sair de casa. Para cada grupo que será vacinado, os endereços podem ser diferentes e não necessariamente a segunda dose será aplicada no mesmo local em que a pessoa tomou a primeira. Os postos de saúde fixos funcionam até as 17h e os de drive-thru, até as 16h30. 

Centro-Sul também tem filas de vacinação

No Centro de Saúde Oswaldo Cruz, no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul, quem estava na fila para se vacinar aguardava cerca de 40 minutos, pela manhã.  O administrador Thiago Diniz, 35, tirou uma pausa no trabalho para se vacinar e aguardava com paciência. "Sou o último de casa a se vacinar, mas quem se vacinou antes deveria ter ter prioridade mesmo. Minha esposa trabalha em UTI de Covid-19 e meus pais são idosos", pondera.

A bancária Maria Luiza Camargos, 53, poderia ter se vacinado na terça-feira (3), quando a prefeitura convocou pessoas da idade dela e com comorbidades para receber a segunda dose. Mas, como a data de vacinação no seu cartão era esta quarta, preferiu esperar. "Hoje, a fila está maior do que na minha primeira dose, mas achei bom que está agilizando a vacinação para todo mundo. Quanto mais pessoas vierem, melhor", diz.

No drive-thru do Corpo de Bombeiros da avenida Afonso Pena, a fila demorava cerca de 1h30 no início da manhã, segundo agentes de vacinação, mas, por volta das 11h, os carros já entravam sem ter que esperar.

A estudante de medicina Giovana Fernandes, 20, tentou se vacinar no local, mas, na região, apenas um posto no bairro Santo Antônio estava aplicando vacinas em profissionais de saúde nesta quarta. O grupo foi vacinado há alguns meses, mas quem perdeu a vez na época ainda pode se vacinar. "Eu vou começar estágio em um centro de saúde e a faculdades recomendou que eu me vacinasse, porque vou ter contato com o público e tenho problemas respiratórios", detalha a jovem.

Documentação

Para se vacinar, é necessário apresentar documento de identidade com foto e comprovante de residência em Belo Horizonte. Quem não tem contas e outros comprovantes no próprio nome precisa apresentar a cópia de um documento que comprove que a pessoa mora com alguém que resida em BH, segundo a prefeitura. “Para a comprovação de endereço, o cidadão deverá levar uma cópia do documento que confirme o grau de parentesco com a pessoa com quem residi. Por exemplo, o cidadão que mora com os filhos deverá levar a documentação comprovando o parentesco”, detalha o Executivo municipal, por meio de nota. Documentos digitais também são aceitos. Para quem vai receber a segunda dose, é necessário, ainda, levar o cartão de vacinação.

Em caso de perda ou roubo de documentos de identidade, “o ideal é apresentar o Boletim de Ocorrência e comparecer ao centro de saúde para possibilitar a consulta ao sistema de cadastro no SUS, o que permite comprovar a idade e realizar a vacinação”, continua a prefeitura.