Montes Claros

Defensor quer Bruno em campo ainda neste ano

Mesmo preso em regime fechado, goleiro assina contrato com clube

Por jhonny cazetta / Natália Oliveira
Publicado em 01 de março de 2014 | 03:00
 
 
Parecida. Simim (centro) comparou a situação de Bruno com a de aluno que deixa a cadeia para aula ANDRE FOSSATI

Agora é oficial. Bruno Fernandes voltou a ser um goleiro profissional. Mesmo condenado a 22 anos e três meses de prisão, pela participação no sequestro e na morte da ex-namorada Eliza Samudio, o atleta assinou um contrato nessa sexta com o Montes Claros Futebol Clube, do Norte de Minas. O problema é saber se Bruno realmente irá voltar aos gramados, uma vez que ele cumpre pena em regime fechado.


O otimismo fica por conta do próprio goleiro, do clube que o contratou e dos advogados dele, que planejam uma reestreia ainda neste ano. Provavelmente na fase final do Módulo II do Campeonato Mineiro, que tem como líder, do grupo B, o próprio Montes Claros. “Mesmo ele estando em regime fechado, tem como sair para jogar sim. Pode ser algo curioso, mas a lei permite. Temos algumas situações em que isso ocorre, como a de alguns estudantes de direito que conseguem ir até a faculdade para ter aula e depois voltar ao presídio sob escolta”, afirmou Francisco Simim, um dos defensores do goleiro.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um pedido foi feito em janeiro para que o goleiro fosse transferido para o presídio de Montes Claros. O pedido ainda está sendo analisado pelo TJMG. Segundo a defesa do goleiro, somente após a liberação da transferência para Montes Claros será feito o pedido ao tribunal para que o goleiro saia do presídio para treinar e disputar as partidas.

A possível saída do goleiro Bruno para trabalhar terá que ser aprovada pela Justiça e, caso isso aconteça, será um caso inédito no Brasil. O presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Adilson Rocha, explicou que os presos em regime fechado trabalham, mas dentro da penitenciária.

“Para que um preso em regime fechado saia é preciso garantir uma segurança, a fim de evitar que ele fuja, e o Estado não faz isso, a menos que sejam vários presos indo trabalhar em alguma empresa, mas garantir esse privilégio para apenas um preso é um pouco mais complicado”, alertou Rocha.