Suspeitos de tentarem matar um fiscal do Move na Estação de Ônibus de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, na tarde dessa segunda-feira (16), dois homens, de 27 e 19 anos, foram presos na manhã desta terça-feira (17) pelo batalhão Rotam da Polícia Militar. Eles confessaram a participação no crime e afirmaram terem sido provocados pelo fiscal pelo não pagamento de passagens.

Apesar da gravidade de ter tomado um tiro na cabeça, a vítima passou por uma cirurgia no Hopsital Risoleta Tolentino Neves, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte e está internada estável, consciente e evoluindo bem para um quadro de melhora.

Segundo a Polícia Militar, um dos participantes da tentativa de homicídio ainda está foragido. Imagens das câmeras de segurança que flagraram a ação mostram dois homens agredindo o vigilante e um outro auxiliando na fuga. As motivações do crime, contudo, ainda são controversas, segundo o cabo Mauro Lúcio Toledo.

“Inicialmente estava trabalhando com a hipótese de que eles não teriam efetuado o pagamento de passagem, o que motivou a ação criminosa. Todavia, hoje aportou-se uma nova versão. Segundo a versão dos dois presos, a vítima teria diversas intrigas em datas anteriores com os envolvidos, o que teria motivado essa ação na data de ontem”, explicou. 

O fiscal foi baleado com um tiro na cabeça e outro no braço e está internado no Hospital Risoleta Neves. Um funcionário do Move, que não será identificado, contou que estava junto do fiscal no momento do crime.

“Eu estava dentro da guarita com o atingido. Eles chegaram com a arma em punho, me abordaram, bateram no meu peito com a arma mandando eu sair. Aí eu fui pedir a eles calma e ele já me deu um outro golpe com o bico da arma no meu rosto. Aí nisso a vítima estava no banheiro. Eles abriram a porta, tiraram ele e atiraram. Foi um sentimento de impotência, mas agora vendo que a polícia trabalhou, essa sensação de impunidade não fica”, afirmou.

Os dois presos são Samuel de Oliveira Rufino, 27, e Jordan de Paula Silva, 19. Em conversa com a reportagem, Silva confessou o crime e afirmou não se arrepender. Ele disse ter tido um atrito com a vítima um mês atrás, quando entrou no ônibus e não pagou a passagem.

“Eu estava voltando para a minha casa, peguei o Move, aí no morro Alto entrou o fiscal lá. Ele me reconheceu de uma abordagem que tinha me feito antes, me mandou descer. Aí ele foi e pegou o canivete e falou: você é machão na sua favela, aqui fora você também é? Fiquei calado. Aí chegou meu ponto de descer. Eu desci, ele veio e tentou o canivete pelas costas. Meu companheiro não deixou, segurou a mão dele, parou na frente. Aí nós três descemos do ônibus batendo boca. Depois disso nós trocamos soco, pedrada, bicudo e tudo o mais.Estava só a gente. Quando ele viu que tinham outros fiscais, companheiros dele, tomou coragem, ficou corajoso, me deu um chute na costela. Eu tava no chão, peguei uma pedra, taquei nele e saí correndo, porque dois contra três não tem como. Ele falou que sabia onde eu ficava. Aí eu falei: é? Aí infelizmente deu no que deu. Por um lado estou arrependido, mas por outro não, porque ele pôs a mão, né? Como muitos fiscais por aí que acha que é corajoso, quer pôr a mão, fazer isso e aquilo, não é assim, não, as coisas são diferentes”, afirmou o rapaz.

A Polícia Civil vai investigar o caso e os suspeitos devem ser encaminhados ao sistema prisional ainda nesta terça-feira (17).