Diversão

Em clima de quintal, novos bares trazem bons ventos para Belo Horizonte

Pandemia aumenta preferência por curtir baladas em lugares abertos

Sáb, 11/12/21 - 05h00
Mamão com Açúcar aposta na recriação do ambiente à beira mar, com pé na areia e cadeiras de praia | Foto: Flávio Tavares

Minas não tem mar, mas tem bar. Com a redução dos indicadores de transmissão da Covid, mas ainda com o receio que a pandemia trouxe, Belo Horizonte vê crescer uma onda de bares em quintais. E até o clima de praia já chegou à capital mineira. Inaugurado em setembro deste ano, o Mamão com Açúcar aposta na recriação do ambiente à beira mar, com uma balada pé na areia, com cadeiras de praia espalhadas e um som bem brasileiro. “Eu percebo que, mesmo com o avanço da flexibilização, as pessoas ainda estão dando preferência a lugares abertos”, afirma uma das idealizadoras do espaço, Isabella de Magalhães, da produtora A Macaco.

Essa percepção de Isabella está correta. Depois de vacinados, Raniel Mourão e Sabrina Arruda voltaram a sair, mas um critério é determinante. “Procuramos lugares abertos, que não estejam lotados”, diz o casal.

Acostumada a produzir eventos para multidões – como o Festival Sarará, que na última edição presencial atraiu 40 mil pessoas –, Isabella explica que foi preciso reinventar o jeito de fazer eventos culturais. “Em 2020, fizemos o Sarará de maneira online. Em 2021, com melhora dos indicadores, foi possível organizar de forma presencial, respeitando os protocolos de distanciamento das mesas e uso de máscara. Então tivemos a ideia do quintal. Quando o festival acabou, em outubro, decidimos manter o equipamento cultural, batizado de Mamão com Açúcar, que resume bem a tropicalidade que queremos transmitir”, conta Isabella. 

Localizada na avenida Assis Chateaubriand, no Floresta, a casa funciona às sextas-feiras, das 17h às 23h. Aos sábados e domingos, das 13h às 22h. “A ideia é que as pessoas possam vir curtir uma balada durante o dia. Elas podem tomar sol, curtir com a família. Com a pandemia, muita gente tem substituído a balada da noite pelo dia”, explica o produtor Júlio César Batista.

Num quintal na rua São Joaquim Gouveia, no bairro São Paulo, na região Norte da capital, o Belka é outro bar que nasceu na pandemia. A ideia, segundo a proprietária, Jéssica Belmiro, era inaugurar antes, mas com as restrições sanitárias o plano foi adiado. “Eu fiquei um tempão procurando até achar o quintal ideal. Fizemos a reforma, estava tudo pronto para abrir, e aí veio a pandemia”, lembra. 

O Belka, espaço que combina roda de samba com gastronomia de boteco, foi inaugurado em setembro de 2020, quando a flexibilização permitiu. “Depois de tanto tempo fechados, com tudo pronto, foi uma alegria poder abrir. E, mesmo com a melhora da pandemia, com as vacinas, a gente ainda percebe que muitos preferem curtir ao ar livre, ouvindo uma boa música e apreciando uma boa comida e drinks”, afirma.

O Belka funciona de quinta-feira a domingo. Aos fins de semana, a casa abre às 13h. “É para curtir em família, durante o dia. Recentemente tinha três gerações aqui: a avó, a filha e a neta. Me deu uma alegria enorme vê-las cantando e dançando juntas”, emociona-se Jéssica.

Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Matheus Daniel, a pandemia potencializou o consumo na rua, ao ar livre, que já era comum em BH, favorecido pela legislação que permite mesas em calçadas. “Não que os bares em quintais sejam novidade, pois sempre existiram. Só que, agora, a tendência é que atraiam ainda mais pessoas”, destaca. 

 

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.