CPI Brumadinho

'Estava brotando lama da barragem', afirmou funcionário da Vale durante CPI

Funcionário informou que superiores sabiam da situação seis meses antes da tragédia, mas, que tentaram solucionar o problema com areia, brita e manta geotextil

Por Raquel Penaforte
Publicado em 08 de julho de 2019 | 19:01
 
 
CPI Foto: Divulgação ALMG

Em mais uma etapa da investigação da CPI criada pela Assembleia Legislativa para apurar as responsabilidades sobre a tragédia de Brumadinho, uma testemunha contou ontem que, seis meses antes do rompimento, o pai dele viu lama brotar da barragem e foi chamado para ajudar a contê-la.
 
“Eles buscaram areia, brita e manta geotêxtil para fazer o paliativo”, contou o operador mecânico da Vale Fernando Henrique Barbosa. Seu pai morreu na tragédia. 
 
Segundo Barbosa, seu pai informou aos superiores sobre a gravidade da situação e aconselhou que as pessoas fossem retiradas do local. “Eles disseram que a barragem gerava muito emprego e que não podia parar. Eles sabiam”.
 
A CPI ouviu depois Manoel Wilton Alves de Souza, também funcionário da Vale, que disse que a mineradora não detonou explosivos após o rompimento. 
 
Resposta da Vale
 
A Vale informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que nenhuma inspeção apontou risco iminente de rompimento da barragem. Leia na íntegra:
 
"A Barragem I possuía todas as declarações de estabilidade aplicáveis e passava por constantes auditorias externas e independentes. Havia inspeções quinzenais, reportadas à Agência Nacional de Mineração, sendo a última datada de 21/12/2018. A estrutura passou também por inspeções nos dias 8 e 22 de janeiro deste ano, com registro no sistema de monitoramento da Vale. Em nenhuma dessas inspeções foram detectadas anomalias que apontassem para um risco iminente de rompimento da barragem"
 
Texto atualizado às 19h16