Cultura

Festas de Iemanjá e Pretos Velhos são reconhecidas como patrimônio de BH

Com a aprovação, festejos passam a integrar a lista de bens culturais que contam com o poder público para sua proteção e continuidade histórica; entenda

Qui, 17/10/19 - 09h27
Festas de Iemanjá e Pretos Velhos são reconhecidas como patrimônio de BH | Foto: Reunião Umbandista Mineira/Divulgação

Seguidores das religiões de matrizes africanas e afro-brasileiras, que se reúnem anualmente para os festejos à Iemanjá e aos Pretos Velhos, em pontos tradicionais da capital mineira, agora podem comemorar a elevação dessas festas à condição de patrimônio imaterial de Belo Horizonte. 

Isto porque o pedido de reconhecimento feito por comunidades tradicionais, ainda em 2017, foi aprovado com unanimidade pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município, durante reunião extraordinária na noite dessa quarta-feira (16). 

O encontro aconteceu no Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, na região Noroeste, e contou com representantes do poder público e da sociedade civil para confirmar o tombamento dos festejos como patrimônio, decisão esperada desde agosto deste ano.  Estiveram presentes representantes de cerca de 30 terreiros da capital, que comemoraram com salvas de palmas a decisão, ao fim da reunião.

"Essa é uma vitória de todos os umbandistas de Belo Horizonte. Nós apresentamos um dossiê sobre a importância desses festejos para a nossa capital, há alguns anos. Nós sempre buscamos esse reconhecimento junto ao poder público, ao município. É muito importante essa conquista para todos nós e para BH", declarou o vice-presidente da Reunião Umbandista Mineira (RUM), Orestes Mineiro de Souza Júnior, que participou da reunião. 

Festejos e exposição

A Festa de Iemanjá acontece há, pelo menos, 66 anos no entorno da Praça Dalva Simão, na região da Pampulha. Já a Festa dos Pretos Velhos é celebrada sempre nos meses de maio desde 1982 e, atualmente, é sediada na Praça Treze de Maio, no bairro Silveira, na região Nordeste da cidade. 

Com a elevação à condição de patrimônio, os cultos às entidades e ancestrais-guias dessas religiões passa a contar com a colaboração do poder público para sua continuidade. É, agora, um dos bens culturais protegidos nos acervos e historiografia do município. 

O secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, relembrou a importância de destacar as manifestações culturais tão enraizadas na construção do povo brasileiro. 

“É sobre essa diversidade cultural que nosso país se constituiu e foi construído e aí reside nossa maior riqueza. No campo do sagrado, temos o aporte de todas essas matrizes culturais e é um espaço vital da nossa singularidade como povo. O registro do patrimônio imaterial da Festa de Iemanjá e da Festa dos Pretos Velhos reforça o esforço da Prefeitura de Belo Horizonte para valorizar, preservar e promover o nosso patrimônio e a cultura popular da cidade”, expôs.

Segundo Juca, a preocupação é tanta que a prefeitura inaugurou ainda a exposição "Féstejos - O Sagrado Afro-Indígena nas ruas da cidade", que fica em cartaz no Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, até o dia 31 de dezembro. As visitas podem acontecer de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h e a entrada é gratuita.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.