Covid-19

Governo retira 13 regiões de Minas da Onda Roxa mesmo com aumento de mortes

Decisão do Estado ocorre apesar de aumento de 8,2% nas mortes por Covid-19 e 4,1% nos casos confirmados da doença registrado nesta semana

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 22 de abril de 2021 | 15:19
 
 
Belo Horizonte - máscara - coronavírus - Covid-19 Foto: Alex de Jesus / O Tempo

Apesar de aumento de 8,2% nas mortes por Covid-19 e 4,1% nos casos confirmados da doença registrado nesta semana, 13 das 14 macrorregiões de Saúde de Minas Gerais progridem da “Onda Roxa”, que infere colapso, para a “Onda Vermelha”, que determina alerta máximo, do programa Minas Consciente, instrumento do governo do Estado de combate à pandemia, a partir deste sábado (24).

A decisão foi tomada em deliberação do Comitê Extraordinário Covid-19 do Executivo estadual nesta quinta-feira (22). Dessa forma, somente a macrorregião Norteste de Minas estará na classificação de mais alto risco. 

“O grupo decidiu pelo avanço para a onda vermelha das macrorregiões Centro, Centro-Sul, Leste, Leste do Sul, Oeste e Vale do Aço. Assim, permanecerá por mais uma semana na onda roxa - com funcionamento apenas dos serviços essenciais - somente a macrorregião Nordeste, que está com 99% de ocupação da UTI exclusivo covid. Desde sábado (17), sete das 14 macrorregiões do Estado já haviam progredido para a onda vermelha”, informa o governo do Estado em nota à imprensa.

Nove das 89 microrregiões de Minas continuam na “Onda Roxa”. São elas as quatro que compõe a macrorregião Nordeste do Estado, e as microrregiões do Centro de Minas de Guanhães, Itabira, João Monlevade, Ouro Preto e Sete Lagoas.

Por outro lado, as microrregiões de Manga/Januária, Araçuaí, Diamantina, Serro, Patrocínio/Monte Carmelo, São Sebastião do Paraíso estão autorizadas a avançar para a “Onda Amarela” do Minas Consciente, que representa alerta em relação à pandemia 

“Temos que analisar os resultados técnicos. Entendemos que podemos avançar para a onda vermelha em quase todo o estado, mas é fundamental compreender que a pandemia continua, que todos os cuidados como uso de máscara e higienização das mãos- são necessários, e que só a vacinação é a solução definitiva”, afirmou o governador, Romeu Zema (Novo), no texto.

Secretário de Estado da Saúde, Fábio Baccheretti afirmou que a decisão de manter parte da macrorregião Central na fase mais restritiva é necessária para que a pressão no sistema de saúde de Belo Horizonte, que canaliza grande parte das demandas por internação nessas cidades, fique estável.

“Enquanto a micro de BH não conseguir fazer a absorção dos pacientes, não é possível avançar toda a macrorregião para a onda vermelha”, explicou, em nota. 

No texto encaminhado à imprensa, Baccheretti comemora que o aumento registrado no número de casos em Minas Gerais nesta semana, de 4,1%, e na quantidade de mortes, de 8,2%, foram inferiores àqueles computados na semana anterior.

Ele afirma que a “positividade da doença” representou queda, marcando 37%, e que “a incidência da doença também está reduzindo”, sem informar detalhes. 

“A redução constante de pacientes aguardando leitos é um fator confiável. Hoje são 211 aguardando UTI no estado, ou seja, há uma clara redução na pressão por leitos”, pontuou o secretário.

Sem especificar quantitativos, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que “está prevista a chegada de mais medicamentos do kit intubação nesta semana e na próxima”. A falta dos insumos significaram, em várias cidades, impossibilidade de internação de pacientes e elevaram consideravelmente o colapso no sistema de saúde nas últimas semanas. 

“Com isso, será possível dar maior tranquilidade aos hospitais para o atendimento dos pacientes que necessitam de sedação”, alega a pasta. “A expectativa da Secretaria de Estado de Saúde é que, já nos próximos dias, as unidades hospitalares tenham estoque de 5 a 7 dias de medicamentos”, completa. 

O Comitê deliberou sobre volta às aulas presenciais no Estado, mas não houve ainda determinação final sobre o tema. A SES informa que, “nos próximos dias”, o advogado-geral do Estado, Sérgio Pessoa, se reunirá com “representantes do Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) para discutir a autorização para a retomada das aulas de forma gradual e por sistema híbrido de ensino”. Há um protocolo sanitário apresentado pelo Executivo às secretarias de Educação e Saúde dos municípios. 

Por meio de nota, o governo de Minas informou que "é importante esclarecer que os percentuais de casos e de mortes por Covid-19 registrados são inferiores ao aumento verificado na semana passada. O secretário de Estado de Saúde não comemorou, como informado na matéria. Ele comparou os dados, observando que indicaram uma melhora no cenário. O Governo destaca ainda que a Onda Vermelha apresenta uma série de medidas de restrição que devem ser devidamente seguidas pelos municípios, para combater a propagação da Covid-19".