2021

Greve dos caminhoneiros: o que os motoristas estão reivindicando

'Não duvide da capacidade de um caminhoneiro', alertou um ativista, quando apontava para os caminhões parados nas margens da BR-381

Por Lucas Negrisoli e Alice Brito
Publicado em 09 de setembro de 2021 | 10:44
 
 
Greve dos caminhoneiros 2021 Foto: Ronaldo Silveira / O TEMPO

Redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) que incide nos combustíveis, diminuição do preço dos derivados do petróleo, melhoria de condições na malha rodoviária mineira e brasileira, atualização dos valores do frete e apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) – essas são algumas das pautas aventadas por caminhoneiros durante a greve que ocorre em Minas Gerais desde essa quarta-feira (8), que continua nesta quinta-feira (9). 

Leia mais: Pista da BR-381 em Igarapé é liberada pela PM e PRF

As informações foram repassadas por Leonardo Souza, um dos manifestantes, que alegou, em Igarapé, na BR-381, região metropolitana de Belo Horizonte, onde se concentram uma frota de veículos parados, que não há previsão para o fim da paralisação. “Pode levar horas, pode levar dias. Só falo uma coisa: Não duvide da capacidade de um caminhoneiro”, alertou o homem, quando apontava para os caminhões parados nas margens da rodovia.



“[A manifestação ocorre] sem depredação, sem danos ao caminhoneiro. Estamos aqui por tempo indeterminado. Pode levar horas, pode levar dias. Só falo uma coisa: não duvide da capacidade de um caminhoneiro. Se acontecer isso aí [aponta para os veículos parados na BR-381], o país para. Nem o pão que você come vai chegar mais. Dê valor. A maioria das rodovias estão paradas”, argumentou Souza.

Apesar disso, ele ressaltou que parte de suprimentos essenciais, como remédios, oxigênio e cargas perecíveis, estão sendo “permitidas” a trafegarem na região. Ambulâncias e “carros pequenos”, idem. Em contraste, ele diz aos caminhoneiros que “estão em casa ou parados nos postos” para que “não caiam na BR”. Caso ocorra, eles serão impedidos de circular, de acordo com o manifestante. 

“Tentamos na terça-feira [7 de setembro, dia dos atos bolsonaristas que tomaram o país] fechar a rodovia 381 sentido São Paulo e sentido Belo Horizonte. Não tivemos êxito devido a uma liminar que a [Polícia Rodoviária Federal] PRF trouxe para nós. Somos guerreiros. Somos fortes e jamais vamos desistir. Estamos lutando por você, caminhoneiro. Alguém pergunta se estamos apoiando o presidente. Por mim, e a maioria que está aqui, estamos nessa luta, sim, pelo presidente também”, conclui o motorista.

Contudo, em Brasília, nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro pediu para que a categoria não continue com a paralisação. Ele argumentou que entende o “poder” que os caminhoneiros têm, e é grato pelo “trabalho que fazem”, mas diz acreditar que “a paralisação não interessa a nenhum de nós”.  “Se tiver [a greve], todo o Brasil vai sofrer. Vai haver problemas sociais muito graves. Se eu puder apelar aos caminhoneiros: não parem o Brasil”, conclui o chefe do Executivo. 

Assista: