CIDADES

Hora da partida

Redação O Tempo

Por Joana Suarez
Publicado em 26 de julho de 2016 | 20:58
 
 
“Não entendo porque fui ter essa doença agora, tem tanta coisa que eu queria fazer ainda, mas consegui aproveitar a vida muito bem, curti muito meus filhos, meus netos..." Fernanda Carvalho/O Tempo

Morrer em casa. Se pudéssemos escolher, a maioria de nós gostaria que fosse assim, mas poucos creem que será, muito menos conhecem quem teve tal sorte. Essa é uma constatação da pesquisa da revista britânica “The Economist” em quatro países, incluindo o Brasil.

A cultura ocidental de evitar a morte, muitas vezes, faz com que a partida não seja um momento tranquilo, principalmente se há crianças na casa ou se o doente tem sintomas como falta de ar e hemorragia.

Mas a despedida digna pode ocorrer também no hospital, onde equipes paliativistas utilizam recursos para acalmar o paciente, tudo com o consentimento da família. “Em situações extremas, em que a pessoa já iria morrer, a gente seda ela para que isso aconteça de um jeito mais confortável para todo mundo que está ali”, explica a geriatra paliativista Camila Alcântara.

A sedação relaxa a musculatura, baixa a frequência respiratória, e o paciente sente um bem-estar, descreve ela. “Se necessário, tiramos a medicação para esperar ele ver um parente que vai chegar de viagem. Podemos controlar isso, usando doses adequadas”.