Os metroviários de Belo Horizonte entraram em estado de greve nesta quinta-feira (1 de fevereiro). Isso significa que a categoria pode paralisar as atividades a qualquer momento. Os profissionais cogitam cruzar os braços durante o Carnaval devido à preocupação com a operação do metrô durante a folia. Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira (7 de fevereiro), às 17h30, na estação Central.

Conforme a Belotur, a capital deve receber 5,5 milhões de foliões durante o feriado. A categoria alega que o efetivo é insuficiente para atender à demanda de passageiros com qualidade e segurança. Daniel Carvalho, secretário-geral do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos (Sindimetro-MG), teme que o sistema não tenha capacidade de operar com a rapidez adequada.

"A empresa (Metrô BH) não apresentou sequer o intervalo de viagens e de trens que ela vai aplicar no Carnaval. Hoje no horário de pico são 10 minutos entre viagens e 15 minutos no vale. Isso pode gerar um aumento de usuário na plataforma. Se essa plataforma não comportar mais usuários, a gente não tem funcionários para fazer essa retenção nas catracas", argumenta.

A superlotação, conforme Daniel Carvalho, pode colocar em risco a segurança dos usuários. "Não teremos como fazer esse monitoramento para inibir furtos, importunação sexuais etc. E se a gente não tiver esses funcionários para fazer esse controle de fluxo nas estações, a gente corre risco de as plataformas encherem e cair gente na via permanente do trem", diz.

Os possíveis problemas gerados pela superlotação, conforme Daniel, arriscam também a segurança e a integridade física dos próprios funcionários do metrô. Ele aponta, por exemplo, a possibilidade de agressões por passageiros mais exaltados.

"Esses funcionários que estão na linha de bloqueio, que fazem a conferência das gratuidades e da segurança, já são poucos e estão acumulando funções para dar conta do efetivo. São os mais expostos e que têm a integridade física mais ameaçada", pontua.