O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu nesta segunda-feira (10) denúncia contra 12 torcedores atleticanos acusados de espancar até a morte o cruzeirense Otávio Fernandes, 19, em novembro do ano passado. Se o juiz responsável pelo caso acatar a denúncia, os suspeitos podem ir a júri popular.
O documento foi entregue ontem no cartório do 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette pelo promotor Francisco Assis Santiago. O representante do MPE também pediu a prisão preventiva (por tempo indeterminado) dos 12 acusados – a decisão deve ser tomada ainda nesta terça-feira (11) e, caso contrário, alguns deles que já estão detidos poderão ser soltos.
Dos oito suspeitos que estavam presos temporariamente, apenas Diego Felipe de Jesus, 22, o Feijão, não irá responder por nenhum crime. Para o MPE, as investigações da Polícia Civil não comprovaram a participação dele e das outras 28 pessoas que também haviam sido indiciadas. Nesta segunda, o advogado de Feijão, Dino Miraglia, informou que o cliente está solto desde sexta-feira, quando a prisão temporária dele expirou.
De acordo com o promotor, a denúncia feita pelo MPE é rigorosa principalmente contra o presidente da Galoucura, Roberto Augusto Pereira, 32, e o vice-presidente da agremiação, William Thomaz Palumbo, 33. Os dois são acusados de homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio. Eles e os outros dez envolvidos também são acusados de formação de quadrilha (veja mais quadro abaixo).
“Apesar de o presidente e o vice da Galoucura não participarem efetivamente da morte, os dois exerciam liderança sobre os demais envolvidos. Testemunhas afirmam terem visto eles gritando e incentivando a confusão. Se eles tivessem falado para parar a briga, a morte teria sido evitada”, afirmou Santiago.
Otávio foi espancado em frente ao Chevrolet Hall, na Savassi, em Belo Horizonte, após um evento de lutas. Na ocasião, outros três torcedores também foram feridos. As agressões foram flagradas por câmeras de vigilância da casa de shows e do shopping Pátio Savassi.
Liberdade. Apesar da denúncia oferecida pelo MPE, o acusado Cláudio Henrique Souza Araújo, o Macalé, teve a prisão temporária expirada e está solto desde anteontem. O defensor do acusado não informou se o suspeito irá se apresentar à Justiça caso a prisão dele seja novamente decretada.
A Polícia Civil ainda investiga o envolvimento de outros dois atleticanos que aparecem nas imagens da agressão, mas ainda não foram identificados.