Alerta

Moradores de BH são flagrados em patinete sem capacete

Nos cinco primeiros meses do ano, 85 vítimas foram encaminhadas para o HPS João XXIII após acidente com o modal

Seg, 09/09/19 - 15h38
Serviço será descontinuado em Belo Horizonte e em outras 13 cidades do país | Foto: Fred Magno

A morte do empresário e engenheiro Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, em Belo Horizonte, no último final de semana, reacendeu o debate sobre a segurança das patinetes elétricas. A morte do empresário foi o primeiro caso de vítima fatal envolvendo o modal no país. Somente entre janeiro e maio, o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII recebeu 85 vítimas de acidentes com patinetes na capital.   

Segundo especialistas, a falta de equipamentos de segurança e a velocidade das patinetes são os fatores para os acidentes. Nesta segunda-feira, a reportagem de O Tempo flagrou quatro jovens andando de patinete na região Centro-Sul da capital. Em todos os casos, ninguém usava equipamento de segurança. A reportagem circulou por quase três horas pela Savassi, praça da Liberdade e pela área hospitalar, no centro de Belo Horizonte. 

"É como andar de bicicleta, ninguém usa capacete. É normal. A diferença é que agora as pessoas estão andando na rua. A cidade não tem estrutura para isso. É um meio de transporte, mas não tem como usar. As calçadas são irregulares, não tem local apropriado", justificou o advogado André Mattos, de 34 anos. Ele costuma utilizar as patinetes durante o intervalo de almoço. 

Regulamentação

Em julho, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) vetou integralmente o projeto de lei que tratava do uso de patinetes elétricos aprovado pela Câmara Municipal. Para Kalil, a proposta aprovada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte é inconstitucional, uma vez que, segundo o prefeito, a responsabilidade de planejar, dirigir e controlar os serviços de transporte coletivo e individual de passageiros é do município. 

Na época, a prefeitura informou que a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) estava realizando estudos para fazer a regulamentação do serviço. No entanto, não havia um prazo para a conclusão do levantamento.

Se o projeto fosse aprovado, as empresas teriam que credenciar os serviços para funcionamento no município e seguir uma série de regras. Entre as normas, as empresas iriam precisar adotar medidas para incentivar o cumprimento, pelos usuários, das regras sobre espaços de estacionamento e equipamentos de segurança.

 

Acidente

Roberto Pinto Batista Júnior, de 43, anos, morreu na noite de sábado (7). Ele bateu a cabeça contra um bloco de concreto no cruzamento da avenida Paraná com a rua dos Tupis, no centro da capital.

O empresário sofreu traumatismo craniano grave e duas paradas cardiorrespiratórias. O corpo foi enterrado no último domingo (8).

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