VARGINHA

PF investiga ex-gerente da Caixa Econômica que fraudou 23 empréstimos

Os prejuízos causados à Caixa giram em torno de R$ 100 mil. Um ex-gerente da Caixa, que ocupou o cargo em 2016 e 2017, teria criado 23 falsos empréstimos em nome de correntistas sem autorização

Por Natália Oliveira e Felipe Castanheira
Publicado em 01 de junho de 2021 | 09:05
 
 
Divulgação/Polícia Federal Foto: Computadores, celulares e documentos foram apreendidos nas residências dos investigados

A Polícia Federal deflagrou, em Varginha, no Sul de Minas, nesta segunda-feira (1), a “Operação Perfectus” para combater desvios de valores da Caixa Federal por meio de crimes de peculato na modalidade de desvio, inserção de dados em falsos sistemas de informações e organização criminosa. 
 
Foram cumpridos dois mandados judiciais de busca e apreensão em Pouso Alegre e Ouro Fino, ambas no Sul de Minas, onde foram recolhidos celulares, computadores e documentos dos investigados.  De acordo com o delegado da Polícia Federal João Carlos Girotto, o esquema começou a ser investigado após um procedimento de apuração interna da Caixa Econômica, em 2018, contra um gerente de financiamento da unidade central de Varginha. O funcionário pediu exoneração do banco após a denúncia, mas as investigações foram mantidas.
 
"O investigado tinha um cargo de confiança e cabia a ele avaliar e aprovar o financiamento de carros, imóveis e empréstimos. Valendo de sua função, ele criava financiamentos à revelia dos clientes, usando dados falsos", explicou. Segundo o agente, foram realizados 23 financiamentos fraudulentos, que somados chegam a mais de R$ 340 mil.  Em alguns casos, os empréstimos se destinavam a compra de carros que eram registrados em nomes de terceiros.

Após a descoberta da fraude, o investigado passou a pagar parte destes financiamentos, mas mesmo assim deixou um rombo de mais de R$ 100 mil para a Caixa Econômica. De acordo com Girotto, as buscas deste terça-feira (1) tiveram o objetivo de identificar outras pessoas ligadas ao esquema, já que os carros comprados usando o financiamento irregular eram posteriormente registrados em nome de outras pessoas. Além do funcionário do banco, outras três pessoas são investigadas.
 
"Essas provas angariadas hoje, que se constituem de telefone celulares, computadores e outros documentos serão devidamente analisados e os demais investigados vão ser ouvidos assim que for oportuno, para que sejam confrontados com os demais elementos de provas colhidas por ora", explicou Girotto.
 
Os suspeitos podem pegar até 27 anos de prisão se forem condenados pelos crimes de peculato na modalidade desvio, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa. O nome da operação foi escolhido por significar banqueiro, em latim.