Volta às aulas

Prefeitura de BH recolherá alvará de funcionamento de todas escolas e faculdades

Conforme nota encaminhada à reportagem, um decreto será publicado no Diário Oficial do Município (DOM)

Por Da redação
Publicado em 23 de setembro de 2020 | 18:47
 
 
Professores passaram por curso Foto: FERNANDA CARVALHO

A prefeitura de Belo Horizonte vai recolher alvará de funcionamento de todas as escolas infantis, fundamentais, de ensino médio e superior da capital nesta quinta-feira (24), depois de o governo do Estado autorizar retorno presencial às aulas. Conforme nota encaminhada à reportagem, um decreto será publicado no Diário Oficial do Município (DOM). 

“Por não termos indicadores epidemiológicos que nos dêem segurança do retorno as aulas colocando em risco a vida de professores, alunos e familiares, além da possibilidade de provocação de surtos da pandemia a partir da redução do distanciamento nas escolas, será publicado no DOM de amanhã o recolhimento do alvará de funcionamento de  todas as escolas infantis, fundamentais, de ensino médio e superiores da cidade”, diz o texto.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (23), Belo Horizonte está em nível verde para a ocupação de leitos de UTI (41,8%) e enfermaria (37,2%). Entretanto, o índice de transmissão da Covid-19, voltou para o nível amarelo. No dia 31 de agosto, quando a PBH começou a rodada de flexibilização de bares, restaurantes e outros estabelecimentos, como academias, esse indicador era de 0,98. Antes, estava em 1,01. 

Opinião dos pais

A volta presencial das aulas divide opiniões. Um grupo defende a retomada imediata, em prol da saúde mental dos filhos, que estão há mais de seis meses sem frequentar escolas e conviver com colegas e professores. Eles criaram o movimento Pais pela Educação BH. Além da importância da socialização, argumentam que, se shoppings e bares já podem funcionar, as escolas também deveriam.

Já o presidente da Associação de Mães e Pais de Alunos da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Marcelo Araújo, afirma que a complexidade do funcionamento escolar exige estratégias diferentes das usadas para estabelecimentos comerciais. “São vários turnos com revezamento de crianças, trânsito de transporte escolar e fluxo de pais e funcionários”, diz.

“Não somos contrários à retomada, somos contrários ao retorno sem garantia total de segurança”, completa. Para ele, o governo estadual está transferindo o ônus de preparação para as escolas. Caso o governo insista na volta às aulas, a entidade pretende entrar com pedido de medida judicial contrária. “Ano a gente recupera, vida não”, disse.

Autorização

O governo de Minas Gerais, por meio do secretário de Estado da Saúde, Carlos Eduardo Amaral, autorizou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (23) que 218 cidades que estão na onda verde do Minas Consciente podem retomar aulas presenciais no ensino básico – que contempla a educação infantil, a fundamental e o Ensino Médio – a partir do próximo dia 5. 

A presença não será obrigatória. São 180 cidades das que estão habilitadas a retomar o ensino que aderiram ao programa.

Cidades que estão na onda amarela do programa de combate à pandemia de coronavírus – que são 578 – podem retomar o ensino nos níveis de graduação, pós-graduação e cursos livres.  Conforme Amaral, o anúncio deriva de um protocolo que está “sendo feito há mais de três meses”.