Segurança

Seis barragens são interditadas pelo governo federal em Minas Gerais

Segundo auditores-fiscais, há existência de grave e iminente risco à segurança dos trabalhadores

Por Laura Maria
Publicado em 10 de abril de 2019 | 18:42
 
 
Barragem Maravilhas II Foto: Reproducao/Facebook Barragem Maravilhas II

Seis barragens localizadas em Minas Gerais foram interditadas entre essa terça (9) e quarta-feira (10) por auditores-fiscais do Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. O motivo da interdição refere-se a existência de grave e iminente risco à segurança dos trabalhadores, de acordo com o coordenador da Comissão Permanente do Setor Mineral da Superintendência Regional do Trabalho no estado, Mário Parreiras de Faria.

Cinco das seis barragens interditadas estão em Ouro Preto, na região Metropolitana. São elas: Forquilha I do Complexo de Fábrica, Forquilha II do Complexo de Fábrica, Forquilha III do Complexo de Fábrica, Marés II do Complexo de Fábrica e Grupo do Complexo de Fábrica.

A outra é Maravilhas II, localizada em Itabirito, conforme o jornal O TEMPO noticiou.

Chefe da Superintendência Regional do Trabalho, Marcos Júnior detalha os critérios das interdições. “Nenhuma das barragens têm laudo de estabilidade, por isso, foram interditadas", comenta.

As barragens passaram a ser supervisionadas desde o rompimento daquela localizada na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 25 de janeiro, de acordo com Júnior. Além das já citadas, outras três sofreram interdição: a Sul Superior, em Barão de Cocais, a Mar Azul, em Macacos, e a Vargem Grande, em Itabirito.

Interrompimento de atividades

De acordo com Faria, essa interdição significa o interrompimento total de atividades no local. "Exceto as atividades para correção dos problemas da barragem, desde que não coloquem os trabalhadores em risco”, explica Faria.

Segundo ele, a taxa de mortalidade na mineração é superior a geral no Brasil referente a outros tipos de trabalho. “Em 2017, a taxa de mortalidade no setor foi cerca de 2,65 maior que a média dos demais setores”, afirma Faria. “Precisamos exercer uma vigilância constante nessas empresas para diminuir os acidentes”, completa.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Vale para pedir esclarecimentos, mas ainda não foi respondida.

Atualizada às 20h44