ATO NACIONAL

Servidores do INSS preparam ato para marcar um mês de greve

Com cerca de 80% de adesão em todo o Estado, a paralisação completa um mês nesta quinta-feira; sindicato aguarda propostas por escrito do governo para começar a negociação

Por JULIANA BAETA
Publicado em 05 de agosto de 2015 | 11:35
 
 

No dia em que a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completa um mês, nesta quinta-feira (6), os servidores de Belo Horizonte irão realizar um abraço simbólico na sede administrativa do INSS, no centro de Belo Horizonte. A concentração começa às 14h na praça da Estação.

Já nesta quarta-feira (5), quando servidores públicos federais se reúnem em Brasília em uma reunião com o Ministério da Saúde, os servidores do INSS em Belo Horizonte realizam uma assembleia da categoria na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social, Saúde, Previdência, Trabalho e Assistência Social em Minas Gerais (Sintsprev-MG).

"O governo dialogou mas não colocou as propostas por escrito. Para nós, só haverá propostas concretas a serem discutidas quando elas se tornarem oficiais e assinadas pelo governo", explica Sérgio Andrade, do comando de greve do Sintsprev.

Ainda segundo ele, a adesão à greve em Minas foi de 80% e em Belo Horizonte, 90%. A paralisação geral é compartilhada por servidores do seguro e da seguridade social, servidores do SUS, da Anvisa, do Ministério do Trabalho e da Funasa, além dos servidores do INSS, onde a greve está mais forte, segundo Andrade.

Os serviços afetados são a aposentadoria por tempo de contribuição, por invalidez, por idade, pensão por morte, pensão alimentícia em caso de separação, auxílio doença, licença maternidade, auxílio reclusão, e outros benefícios. Andrade ainda explica que a greve não chegou aos médicos peritos do INSS, já que eles integram outra categoria que não compete ao Sintsprev. Mas com a paralisação dos servidores administrativos, a perícia médica acaba trabalhando com mais dificuldade e está atendendo por meio de triagem.

Revindicações

As principais reivindicações da categoria, segundo o porta-voz do comando de greve do Sintsprev-MG, Sérgio Andrade, são:  o pleito comum aos servidores do executivo, que é o reajuste salarial, e os pleitos específicos do SIntsprev que são a gratificação pós-aposentadoria e a ampliação do concurso.

"Queremos um concurso amplo, porque o INSS tem 16 mil pessoas que já poderiam se aposentar. Por isso precisamos de um concurso para viabilizar a saída dessas pessoas e também o turno estendido de trabalho, que seria de 7h às 19h. Hoje recebemos uma gratificação por atividade, que é perdida em 50% quando o servidor se aposenta. Queremos que haja uma paridade total ao ativo e ao aposentado, e que ele saia com 100% dessa gratificação. O governo quer parcelar essa gratificação até chegar aos 100%, mas precisamos ver essa e as outras propostas por escrito para deliberar", conclui. 

Reagendamento

Se a marcação para atendimento por meio do telefone 135 aconteceu antes da greve, o usuário poderá remarcar o serviço. Será feito outro agendamento, mas o pagamento do respectivo benefício será feito conforme o primeiro agendamento, de forma a não prejudicar o usuário do serviço. 

O Ministério da Previdência Social informou que "o INSS tem empreendido todos os esforços no sentido de orientar as unidades e a Central de Teleatendimento 135 no que se refere às providências de reagendamento para os segurados que não está sendo atendidos devido ao movimento de paralisação dos servidores". 

O órgão reiterou que o reagendamento pode ser feito pelo telefone mas que em alguns casos, a remarcação depende da ação da Agência da Previdência Social. "Esses segurados, cuja remarcação não puder ser realizada pela Central 135, deverão retornar às unidades após o fim da greve, para reagendar o atendimento". 

Além disso, a Previdência Social também confirmou que o INSS irá considerar a data originalmente agendada como a  data do requerimento e que a Central 135 também estará disponível para informar sobre quais agências não estarão atendendo por causa da paralisação.