Bruno afirmou que não insistiu na carreira como goleiro após deixar a cadeia para preservar os cinco filhos, entre eles Bruninho Samúdio, de 15 anos, que é filho da modelo Eliza Samúdio e jogador do Botafogo e da Seleção Brasileira de base. O ex-atleta fez um pronunciamento à advogada criminalista Mariana Migliorini, que o representou em casos anteriores. Na entrevista, ele falou sobre o período na prisão e os desafios da ressocialização.

"Eu tentei voltar para minha profissão, de atleta profissional, mas percebi que não conseguia mais continuar", descreveu. Bruno chegou a fechar contratos com equipes de futebol, como Boa Esperança, Poços de Caldas e Rio Branco, mas enfrentou resistência de parte da sociedade. Segundo ele, os filhos pesaram na decisão.

"Um dos motivos que eu não quis mais ser atleta – e realmente estou distante hoje, nem assistir futebol assisto mais – é isso refletir diretamente nos meus filhos", argumentou, citando nominalmente Bruninho, que segue a carreira de goleiro no Botafogo. "Até quando essas crianças vão pagar o meu preço, o que eu fiz no passado?", refletiu.

"Sei o tamanho do peso que eu carrego, mas não acho justo uma criança carregar", afirmou. Bruno também disse que o filho Bruninho está "seguindo uma carreira" e que "espera que Bruninho seja muito feliz".

"Comigo as pessoas sempre vão virar as costas, mas não acho justo pessoas que não tiveram nada a ver com a situação carregarem esse peso. Acho covardia. Não é comigo, estou falando dessas crianças", acrescentou.

Relação com Bruninho

No pronunciamento, Bruno também manifestou desejo de ter um contato mais próximo com Bruninho. "No momento oportuno, vamos estar juntos e vou poder conversar com ele. É a única pessoa para quem eu devo satisfação", afirmou.

Segundo Bruno, os dois chegaram a conversar recentemente, mas as trocas foram interrompidas quando a avó materna da criança descobriu. "Depois, preferi não me aproximar mais, para não ter problemas", disse.

Bruno foi condenado a 23 anos e um mês de prisão por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza Samúdio. Foi para o regime semiaberto em 2018 e está em liberdade condicional desde janeiro de 2023.