“A gente luta para não ter problema e chega uns caras para atrapalhar”. O desabafo é do comerciante Otelino Pereira dos Santos, 69, dono do bar onde um homem, 30, foi executado com tiro de escopeta. O crime registrado no bairro Veneza, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (16), deixou assustado quem mora no local.
Em entrevista à reportagem de O TEMPO, Otelino contou que estava no caixa do bar quando ouviu o barulho. “Só escutei o estrondo que mais parecia uma bomba. Quando vi, o cara já estava saindo do bar com a escopeta na mão. Susto demais”. Imagens do circuito de segurança registraram tudo que aconteceu.
Informações preliminares da Polícia Militar indicaram que o disparo aconteceu após a vítima ter batido nas nádegas do suspeito. No entanto, o dono do bar afirma que isso não aconteceu. “O pessoal comentou que os dois estavam num forró e discutiram por lá. O rapaz, que acabou morrendo, veio pra cá e o outro foi buscar a arma para se acertar. O que aconteceu no forró não sei dizer”.
O bar estava repleto de clientes no momento do crime. “Quem estava aqui vazou”, relembra. No momento em que a reportagem visitou o Bar Boca Loka, Otelino se preparava para iniciar a limpeza do estabelecimento. Ele lamentou o ocorrido: “é muito ruim pra mim, pois suja a imagem do bar e todo mundo fica olhando, falando”, ponderou.
Veja o vídeo do momento em que o homem é morto com tiro de escopeta no bar:
Após um desentendimento, um homem foi morto com um tiro de escopeta calibre 12 na cabeça. O crime aconteceu na manhã deste sábado (16), em um bar do bairro Veneza, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de BH. pic.twitter.com/9fpkh0TBXj
— O Tempo (@otempo) April 16, 2022‘Desordem’
Moradores do bairro Veneza conversaram com a reportagem, em anonimato, e reclamaram do bar. “O nosso bairro em si é bom, mas depois que este bar veio pra cá, rola tráfico, prostituição e a droga rola solta”, afirmou um deles.
Quem reside por lá queixa da situação e cobra policiamento reforçado. “Somos reféns desta turma. Se houver repressão diária, esta bagunça acaba. Olha o nome [Bar Boca Loka], já diz tudo”.
Otelino, dono do estabelecimento, desmentiu as queixas dos moradores. “Já tive bar aqui uma vez e voltei há uns oito meses. Nunca teve polícia aqui. É só a máquina [de música] e o pessoal que joga sinuca”, afirmou em defesa.
Investigação
Até o momento, segundo a Polícia Civil, ninguém foi preso. “A autoria, motivação e dinâmica do crime serão investigadas”, esclareceu em nota enviada à reportagem.
Matéria atualizada às 16h15