O MAPA DA MINA

Uma nova batalha

Quem já se formou em curso superior e quem já está quase chegando aos 50 anos de idade também almeja boas notas no Enem

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 24 de maio de 2014 | 00:00
 
 
Caroline, que tentará o Enem este ano para ingressar no curso de Engenharia Civil, já fez o curso de Design de Interiores, na UEMG ARQUIVO PESSOAL / DIVULGAÇÃO

Após entrar com 17 anos para o curso de design de ambientes na Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), a universitária Caroline Almeida Nobre, de 21 anos, percebeu que não era aquilo que a motivava. “Isso acontece com muitas pessoas. É difícil, ainda como adolescente, decidir o que se fará por toda a vida. Como já estava no curso, preferi formar e, agora, tentarei o Enem para o curso que realmente quero, que é engenharia civil”, conta.

Para fazer a prova, ela não está frequentando cursinho, já que trabalha com pesquisa no Centro Design Empresa, da Uemg. Para relembrar as teorias que serão cobradas no exame, a jovem estudou durante as férias. “O Enem, além de tudo, é um bom caminho para o Programa de Financiamento Estudantil (Fies). Por isso, estou estudando da forma que posso. Tenho algumas apostilas que tento usar em alguns horários alternativos, quando me sobra tempo”.

O horário das provas e o tempo para fazê-las (quatro horas e meia num dia e cinco horas e meia no outro), que costumam ser um problema para vários estudantes, não amedrontam Caroline. Nos dias da prova (8 e 9 de novembro), a designer promete que tentará chegar mais cedo, para não correr riscos. “O cartão chega pelos Correios com certa antecedência. Dá para mapear o local, ver se é tranquilo estacionar. Além disso, tem que ir prevenido, levar comida, água, tudo para não ficar nervoso e tudo correr bem”, finalizou.

O trabalhador autônomo Wellington Ferreira dos Santos, de 49 anos, tentará o Enem pela quarta vez consecutiva. Ele só frequentou cursinho nas duas primeiras vezes. Falta tempo. “A minha maior dificuldade é no português e na redação. Como faço o meu próprio trabalho, não tenho tido tempo para estudar em casa. E ainda tenho que competir com pessoas que têm um ensino de qualidade e ainda estão com tudo fresco na memória”, analisa o autônomo.

Um dos problemas que Santos já prevê que enfrentará nos dias de prova é o sono. Ele fabrica sapatos e os vende numa barraca na Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedade de Belo Horizonte, popularmente conhecida como Feira Hippie, no centro de Belo Horizonte. No dia 9 de novembro, segundo dia de provas, ele não vai dormir. “Vou para a feira às 3h e ficarei lá até a hora da prova. Mas, mesmo sabendo que todo ano será assim, no momento que soube que abriram as inscrições, eu fiz a minha. Tenho que tentar, um dia vou conseguir”, orgulha-se Santos, que não almeja um curso específico, mas, sim, alcançar o ensino superior.