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UMEIs param nesta quinta e professores fazem ato na CMBH

Educadores reclamam da precarização do trabalho nas Unidades Municipais de Educação Infantil e querem que a prefeitura suspenda a contratação de auxiliares de educação infantil

Por Bruna Carmona
Publicado em 28 de maio de 2015 | 09:47
 
 
Piquenique da Educação Infantil na porta da Câmara Municipal de BH REPRODUÇAO / FACEBOOK

As professoras e professores das Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEIs) paralisaram as atividades nesta quinta-feira (28).

De acordo com Wanderson Rocha, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Rede Pública Municipal (SindRede), a categoria participou de uma audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte durante a tarde. Antes da sessão, eles fizeram um ato contra a precarização do trabalho nas unidades de educação infantil.

Segundo Rocha, as principais revindicações na audiência desta tarde foram a unificação dos salários e da progressão de carreira dos professores municipais de educação infantil e dos professores municipais de educação fundamental, e a suspensão das contratações de terceirizados para o cargo de Auxiliar de Apoio à Educação Infantil.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (28), a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou a criação do cargo. "Criado a partir de uma demanda dos professores, coordenadores e vice-diretores das instituições da Rede Municipal que trabalham com turmas de crianças na faixa etária de 0 a 2 anos, em jornada integral, a medida tem o objetivo de ampliar o quadro de profissionais para auxiliar o professor no atendimento dessas crianças" diz o comunicado.

Os auxiliares, de acordo com a prefeitura, terão a função de ajudar o docente nas tarefas diárias "mas, em hipótese alguma, poderá substituí-lo", cabendo também ao professor fazer a avaliação deles. Para ocupar o cargo, é necessário ter 21 anos, ensino médio completo, passar por processo seletivo e treinamento. A previsão é que, até o mês de julho, serão contratados 315 Auxiliares de Apoio à Educação Infantil para atuarem nas UMEIs da capital.

De acordo com Rocha, para o SindRede, este cargo não poderia existir. “Eles ouviram somente os vice-diretores de UMEIs e gerentes, eles não ouviram os professores”, afirmou, rebatendo a informação que consta na nota.

Segundo o diretor, a categoria considera desnecessário contratar funcionários terceirizados, uma vez que há professores com nível superior, aprovados em concurso, aguardando convocação. O diretor do SindRede afirmou ainda que os professores pediram na audiência que os vereadores exijam da prefeitura a suspensão das contratações, para que eles possam discutir melhor a realização desse processo.

Em audiência pública, na Câmara dos Vereadores,  realizada na noite desta sexta-feira, os professores reclamaram do despreparo dos auxiliares, da precarização da qualidade da educação infantil e a ausência de diálogo com pais e comunidade escolar. 

Greve geral

As UMEIs e escolas municipais de ensino fundamental de Belo Horizonte também vão paralisar suas atividades nesta sexta-feira (29), de acordo com Wanderson Rocha. Segundo ele, a prefeitura deve apresentar uma proposta aos professores e servidores municipais de outras categorias às 9h30, na Secretaria de Direitos Humanos.

Às 14h, os servidores da educação vão se reunir em assembleia na praça da Estação para avaliar os resultados da paralisação e a proposta apresentada pelo Executivo municipal. Ainda de acordo com Rocha, a possibilidade de uma greve da categoria deve ser discutida nessa reunião.

Atualizada às 22:15