Prestes a completar cem anos de existência, a ArcelorMittal anunciou ontem um investimento total de R$ 4,3 bilhões para a expansão de operações em Minas Gerais.
Do montante, serão R$ 2,5 bilhões para duplicar a produção da usina siderúrgica de João Monlevade, na região Central do Estado, com a construção de mais um alto-forno, uma aciaria e uma unidade de sinterização para a produção de aços longos.
A empresa, que tem sua origem na Belgo-Mineira, chega ao centenário em dezembro.
O restante será investido, também para expansões, nas minas de Andrade, em João Monlevade, e Serra Azul, em Itatiaiuçu, na região Central.
“Os investimentos foram aprovados em função da perspectiva de aumento continuado da demanda de aço e por minério de ferro, tanto no mercado interno quanto para exportação”, afirmou o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula.
As operações devem ser finalizadas até 2024.
Segundo ele, o distanciament<o social e os auxílios financeiros fornecidos por vários países do mundo durante a pandemia levaram a um “crescimento atípico” no procura por aço, principalmente neste ano.
“Os governos colocaram muito dinheiro, de 5% a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em ajuda para enfrentar crise da Covid, e a área de serviço no Brasil e no mundo todo caiu muito. Então, esse dinheiro foi canalizado para reformas de casa, eletrodomésticos etc. A anormalidade do consumo de aço no Brasil e no mundo se deu por isso”, diz De Paula.
De acordo com uma projeção do Instituto Aço Brasil, o consumo do produto no país deve registrar um aumento de 24% neste ano.
Com as expansões anunciadas ontem, a produção de aço bruto da ArcelorMittal em Monlevade passará de 1,2 milhão de toneladas por ano para 2,2 milhões de toneladas por ano em 2024.
Já a mina de Serra Azul terá a capacidade praticamente triplicada, de 1,6 milhão de toneladas por ano de minério de ferro para 4,5 milhões de toneladas.
Somando a mina de Mina do Andrade, o total da produção anual de minério da Arcelor deve chegar a 4,9 milhões toneladas anuais.
Empregos indiretos vão chegar a 8.000
Os investimentos também irão criar, no total, cerca de 1.350 empregos diretos para a região Central de Minas – 650 na usina de Monlevade, 370 na mina de Serra Azul e 330 em Andrade.
“Durante as obras, teremos um pico de quase 8.000 profissionais indiretos trabalhando nas obras. Teremos mais emprego, mais tributação, e vai girar a economia”, diz De Paula.
Receita da companhia teve alta de 122% no Brasil no terceiro trimestre
A ArcelorMittal também divulgou ontem os resultados para o terceiro trimestre de 2021. No período, a siderúrgica registrou lucro líquido de US$ 4,6 bilhões (R$ 24,9 bilhões), o que reverteu o prejuízo de US$ 261 milhões (R$ 1,4 bilhões) no mesmo período de 2020.
Só no Brasil, a companhia siderúrgica e de mineração alcançou uma receita de US$ 3,6 bilhões (R$ 19,4 bi), uma alta de 122% ante o terceiro trimestre do ano passado.
Segundo o presidente da Arcelor no Brasil, Jefferson De Paula, o aumento no consumo de aço levado pela pandemia não deve se repetir em 2022, mas a companhia também espera resultados positivos no ano que vem.
“Está havendo choque de oferta no mundo todo. A inflação vai gerar aumento de juros, o que deve segurar o crescimento do mundo, como um todo”, diz ele, que, no entanto, prevê que o PIB mundial deve continuar crescendo.
“A infraestrutura no Brasil tende a crescer, agricultura, construção civil, novo marco de saneamento básico, aeroportos, portos. O Brasil continua a crescer nos próximos anos”, prevê.
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