Crise

Com poucos recursos, países deveriam focar em inovação, diz FMI

Carlos Mulas-Granados, do Departamento Fiscal do FMI, participou de um seminário organizado pelo FMI e pela FGV, no Rio

Por FOLHAPRESS
Publicado em 28 de abril de 2016 | 22:36
 
 

Com a receita obtida com venda de commodities encolhendo, os países latino-americanos têm que ajustar suas despesas para se adequar à nova realidade e fazer crer que suas contas são sustentáveis. A recomendação é do FMI (Fundo Monetário Internacional) para os países da região, entre os quais o Brasil.

Com a restrição, a saída para tentar buscar alguma faísca de crescimento poderia ser por meio de investimentos em inovação.

Segundo Carlos Mulas-Granados, do Departamento Fiscal do FMI, estimativas feitas com países desenvolvidos indicam que com um investimento equivalente a 0,4% do PIB é possível gerar um crescimento econômico de até 5%.

Ele participou de seminário organizado pelo FMI e pela FGV no Rio. Em tempos de vacas magras, argumentou, é preciso focalizar esforços no que dá resultado. Além da inovação, outro catalisador de crescimento são os investimentos em infraestrutura.

O governo não precisa fazer todos os gastos com seus recursos e pode contar com o apoio privado, sugeriu, sobretudo por meio de parcerias entre empresas e universidades.

O que não devem fazer, disse o economista, é oferecer benefícios tributários a multinacionais para se instalarem no país. Outro equívoco comum no mundo desenvolvido é conceder desonerações tributárias a pequenas empresas inovadoras.

"O critério não deve ser se são pequenas ou não, mas se o que fazem é novo ou não", afirmou.
Isso, segundo diz, é uma política fiscal amigável ao crescimento. O economista citou outros exemplos que foram bem-sucedidos em ajustar suas contas. Irlanda e Alemanha revisaram leis trabalhistas e Malásia reduziu custos de capital. Isso fez com que os países deixassem mais rapidamente as políticas de contração dos gastos públicos.