Aeroporto

Empresas aéreas confirmam interesse em operar grandes voos na Pampulha

Gol, Latam, Passaredo e Azul aguardam liberação do aeroporto para definir rotas interestaduais

Qui, 20/09/18 - 03h00
Na espera. Aéreas aguardam decisão do TCU para implantarem voos interestaduais de grande porte no aeroporto da Pampulha | Foto: Fred Magno - 25.10.2017

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Por enquanto, a retomada dos voos de grande porte na Pampulha continua só na teoria. Mas os rumores, apenas, já são capazes de despertar o apetite das companhias aéreas pelo terminal da capital mineira, que atualmente só opera voos regionais e executivos.

Por meio de nota, a Latam destacou a importância da recente certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para aeronaves de categoria 4C e reafirmou seu interesse operar no local. “A companhia aguarda a definição do Tribunal de Contas da União (TCU)”, declarou a Latam. Medida cautelar do órgão impede a retomada, mas deverá ser reavaliada em breve, como informou na terça-feira (18) o próprio tribunal.

A Gol informou que acredita no potencial de Pampulha para voos com destino a grandes cidades e foco nos clientes que viajam a negócios. “Com a restrição desse aeroporto a voos regionais, a companhia aguarda que os órgãos competentes deliberem favoravelmente (sobre a reabertura)”, destacou.

No último dia 11 de setembro, a agência reguladora homologou a pista para aeronaves de maior porte, reacendendo a polêmica da retomada de voos comerciais neste aeroporto.

A Passaredo, que até maio de 2018 operava voos de Pampulha para Ribeirão Preto (SP), também sinaliza interesse, e disse que vai aguardar a definição da questão para melhor avaliar as possibilidades de retomada das operações. A Azul também se diz interessada e está acompanhando o desdobramento dos fatos.

Por meio de nota, a Anac explicou que trata-se apenas de avaliação técnica sobre a capacidade da infraestrutura, e não de uma autorização para voos. Mesmo assim, o assunto do “retoma ou não retoma” voltou com força.

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que sempre defendeu a reabertura de Pampulha para voos comerciais, ressaltou nesta quarta-feira (19) que, mais do que a medida técnica da Anac, o que importa agora é o momento de transição política. “O caminho dos deputados que sabotaram o aeroporto da Pampulha parece que está encurtado porque, em outubro, vão dar licença para quem quer trabalhar. Na hora que eles saírem, e o novo pessoal entrar, nós vamos retomar (a reabertura de Pampulha)”, comentou.

Concorrência. Os administradores de Confins estão preocupados com o impacto no fluxo de passageiros que, segundo eles, pode ser de 20% do movimento do aeroporto internacional. De acordo com o diretor de aeroportos da CCR, Eduardo Camargo, mesmo sem nada definido, bastou o rumor começar a circular para prejudicar negociações de novos voos para Confins. “A retomada de Pampulha está suspensa e depende do julgamento da medida cautelar do TCU. Mas só a expectativa atrapalha, pois as companhias aéreas que estão pensando em trazer novas operações para Belo Horizonte ficam esperando para ver o que vai acontecer”, observa.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que é dona de 100% de Pampulha e 49% de Confins, destacou que a retomada depende do TCU. Entretanto, ressalta que a certificação da Anac é “mais um reconhecimento dos esforços que vêm sendo realizados pela Infraero com o objetivo de assegurar que o aeroporto da capital mineira está plenamente dentro das condições que permitam a operação de jatos comerciais em voos regulares”, afirmou. (Colaborou Carolina Caetano)

 

Empresas reclamam de reajuste de preço

Brasília. As associações das principais empresas aéreas atuantes no país pedem mais transparência sobre a formação do preço do combustível dos aviões, que sofreu alta de 82% em dois anos, segundo dados no setor. O querosene de aviação (QAV) alcançou os R$ 3,30 por litro em agosto, incluindo impostos, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Esse é o maior patamar desde 2002, ano em que entrou em vigor a liberdade tarifária no Brasil.

A Abear, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) e a Associação de Transporte Aéreo da América Latina e Caribe (Alta) estimam que o setor aéreo teve um custo extra de R$ 1,3 bilhão, em 2017, com a atual precificação do QAV.

O diretor executivo da Alta, Luis Felipe de Oliveira, explicou que a precificação do produto pela Petrobras segue um método em que está embutido o custo de importação. “Mas esse custo não existe, já que a Petrobras importa apenas 8% do combustível; 92% é produzido no Brasil e cobrado como se fosse importado”, disse.

Repasse

Passagens. De acordo com a Abear, o custo operacional das empresas aéreas reflete no preço das passagens. Cerca de 30% dos gastos das companhias são com combustível.

Entenda

Maio de 2017

Anac diz que Pampulha está apto a receber voos de grande porte. Poucos dias depois, Ministério dos Transportes barra a retomada do terminal.

Outubro de 2017

Ministério dos Transportes volta atrás e publica portaria autorizando os voos de grande porte.

Dezembro de 2017

O TCU, por meio de medida cautelar, suspende a retomada. Julgamento não aconteceu ainda.

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