“Qual a parte mais difícil de se relacionar comigo?”, “Qual foi o maior aprendizado que você teve com seu relacionamento anterior ao nosso?” ou “Como você acha que seus amigos descreveriam você em uma palavra?” são perguntas que você faria em um encontro romântico? Para a empreendedora e publicitária Alice Milbratz, deveriam ser. Ela é criadora do “Isso Não É Um Jogo”, que, apesar do nome, é uma espécie de jogo de cartas com perguntas desenhadas para aprofundar a intimidade dos jogadores — e que prometem facilitar que as pessoas se apaixonem.
A proposta do jogo é reunir amigos e familiares para responder a “perguntas difíceis” com sinceridade, sem o celular à vista ou interrupções. A edição tradicional, que vendeu 6.000 unidades, tem uma centena de cartas e perguntas para toda a família, como “qual é o seu lugar favorito no mundo?”, “o que você não tem valorizado o suficiente?” e “há alguma sensação e/ou sentimento de que você sente falta de sentir hoje na sua vida?”. Outra versão, “Isto Não É (Só) Um Date”, foi desenvolvida com o Tinder com base em pesquisas de tendências de relacionamento e traz questões e desafios para casais.
Criada em 2021 em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e hoje sediada em Belo Horizonte, a empresa começou com um investimento de R$ 25 mil, e hoje fatura, em média, R$ 200 mil por mês, segundo Milbratz.
O sucesso deve-se à vontade das pessoas de se conectar, diz ela, que lista os relatos que mais gosta de ouvir: “um dos meus preferidos é quando envolve família que conseguem se reconciliar, falar sobre assuntos difíceis, quando um casal fala pra gente que usaram nossas ferramentas no primeiro encontro e já estão juntos há tanto tempo ou que estava passando por uma crise no relacionamento e nossas ferramentas auxiliaram esse momento, amo também quando falam que a pessoa que menos queria jogar foi a que mais se emocionou e mais conseguiu falar coisas que nunca tinha dito antes”.
Hoje, o maior público do “Isso Não É Um Jogo” tem entre 18 e 30 anos, uma geração cujas experiências românticas e sexuais são intimamente intermediadas por aplicativos e telas. Na tentativa de contornar a superficialidade dos encontros e criar o que ela chama de “clube dos intensos”, Alice Milbratz criou o “Isso Não É (Só) Um Date” com perguntas para casais ou potenciais pares.
“Nós facilitamos as conexões entre as pessoas e, consequentemente, essa conexão pode levar à paixão. Pode ser que você iria se apaixonar de qualquer forma, mas, com o uso das nossas ferramentas, acontece mais rápido, porque cada pergunta foi criada para levar você a um lugar de vulnerabilidade, sempre de forma leve e descontraída”, introduz. “E a vulnerabilidade é o ingrediente mais precioso para trazer a verdadeira intimidade, deixar você à vontade ao lado da pessoa e se apaixonar pelo que ela é, pela história de vida que ela compartilha a cada pergunta, despertando uma admiração que talvez você não conheceria tão cedo se não fosse pela pergunta certa”.
Por outro lado, reflete Milbratz, o jogo também pode encerrar histórias já no começo delas: “assim como ele pode fazer você se apaixonar, pode fazer perceber que não é aquela pessoa que você quer por perto. Nascemos para auxiliar os relacionamentos, ajudando a trazer conversas importantes à tona sem você ficar sem jeito de perguntar”.
Todos os kits do “Isso Não é Um Jogo” estão à venda no site oficial, com preços que variam de R$ 145 (pela versão “date”) a R$ 397 (com todas as versões).