DIVERSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS

Nova Lima: veja como a cidade pretende depender menos da mineração

Município apresentou programa de diversificação de investimentos à empresas para se tornar mais sustentável financeiramente no futuro

Qua, 27/04/22 - 16h42
Mineração da Vale | Foto: Divulgação/Vale

A Prefeitura de Nova Lima apresentou nesta quarta (27) um plano para reduzir a dependência da mineração, que hoje representa 14% das receitas do município somente em royalties. A iniciativa faz parte de um convênio assinado pelo Executivo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e a Associação de Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig).

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Nova Lima, Abner Henrique, o objetivo do plano é que a cidade consiga ainda mais relevância em áreas onde já tem expertise. 

“A gente tem pensado bastante em biotecnologia. É uma área que tem crescido e tomado forma no município com presença de grandes empresas do segmento. Nós também estamos apostando no segmento da saúde. Nova Lima tem se tornado referência em hospitais, por meio do Biocor, do Vila da Serra e o Mater Dei, que está reformando uma estrutura para abrir sua nova unidade”, afirma Abner Henrique. 

A prefeitura também pensa em outras alternativas, como a mobilidade elétrica e informação e negócios digitais, a partir de parcerias já fechadas com empresas privadas. 

O convênio assinado com o Ibram e a Amig parte apenas do ponto de vista institucional, portanto não há investimento direto envolvido. A ideia é que a prefeitura se aproxime dos associados do instituto e de outras cidades mineradoras para procurar parcerias. 

Um exemplo disso é a procura pela cadeia de fornecedores da mineração, como empresas de equipamentos de proteção individuais (EPIs). “A gente quer o fornecedor ao lado das mineradoras, mas também ao lado de um grande centro industrial de negócios, que é a Região Metropolitana de Belo Horizonte”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico. 

O diretor de Relações com Associações e Municípios do Ibram, Alexandre Mello, afirma que a AngloGold Ashanti já é uma das empresas interessadas no convênio para atuar como parceira. 

“Um dos itens que compõem a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) é justamente desenvolver projetos para sustentabilidade da região, não só ambiental e social, mas principalmente econômica. O que será feito desse território lá na frente. O convênio foi assinado no final do ano passado, e a AngloGold Ashanti está bastante engajada”, ressalta Mello. 

Mineração em Nova Lima

Em 2021, Nova Lima faturou R$ 324 milhões em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), a nona maior receita com o imposto do Brasil e a sétima maior de Minas. O CFEM representou 14% do faturamento municipal.

O problema é que a mineração tem prazo de validade. A estimativa da prefeitura é que Nova Lima consiga arrecadar com a exploração por mais quatro décadas. 

Hoje, Nova Lima conta com 27 estruturas de mineração em seu território, conforme o Cadastro Nacional de Barragens de Mineração. Dessas, 19 pertencem à Vale, inclusive a Barragem B3/B4, da Mina de Mar Azul, em Macacos, que está no nível de alerta mais crítico.

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