Mineração

Moradores de Nova Lima protestam contra proposta de ampliação de minas da Vale

Ativistas afirmam que projeto da mineradora pode comprometer os recursos hídricos da região metropolitana de Belo Horizonte

Por Rafael Rocha
Publicado em 25 de setembro de 2021 | 16:53
 
 
 
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Atividades de mineração voltaram a ser alvo de protesto na manhã deste sábado (25). Desta vez, o questionamento é sobre a intenção da Vale em expandir as minas Tamanduá e Capitão do Mato, ambas situadas em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. A ação foi convocada pelo movimento Não Cava, que contesta a ampliação desordenada da mineração.

Organizados em caminhada, os moradores da cidade, juntos de ativistas ambientais vindos de Belo Horizonte e região, reclamaram sobre o projeto de mineração. Segundo eles, caso a proposta seja colocada em prática, serão grandes os impactos ambientais. Uma das maiores preocupações é com o possível comprometimento dos aquíferos ali presentes.

“O que mais nos preocupa é a questão hídrica, pois a região conta com quatro aquíferos, o maior deles chamado Cauê. Eles abastecem metade dos moradores de Belo Horizonte e entorno”, disse Pedro Homem, um dos integrantes do movimento. Segundo ele, a ação pode resultar na morte de nascentes e córregos. “A morte de um aquífero como esses é irreversível”, completou.

Conforme informações enviadas pelo Não Cava, caso ampliada, a mina de Capitão do Mato irá ocupar uma área de 640 campos de futebol, e outros 132 campos seria o tamanho da mina de Tamanduá. 

Outra preocupação é com a fauna e a flora, já que a região conta com espécies nativas. A área também apresenta 25 cavernas, sendo 4 delas consideradas de máxima relevância e 14 de alta relevância, conforme estudos prévios.

Os moradores afirmam que estão em contato com a Vale, mas cobram mais transparência da empresa. Segundo eles, o relatório de impacto ambiental (RIMA) elaborado pela mineradora não detalha o impacto real que pode acontecer devido à execução do projeto.

Para a expansão ocorrer, a empresa ainda aguarda a liberação de autorizações e licenciamentos ambientais. Uma audiência pública virtual sobre o tema será realizada na próxima terça (28).

A Vale informou que mantém diálogo com as comunidades locais e também com o poder público sobre o projeto. A empresa disse que a expansão contempla ações de preservação ambiental e também garante a segurança do entorno, além de monitoramento geotécnico, hídrico e de fauna. A Vale, no entanto, não enviou detalhes dessas ações.

Sobre os possíveis efeitos hídricos, a mineradora informou que estudos ambientais demonstraram que o impacto será restrito às “áreas de lavra e entornos imediatos”.

Documentos sobre as possíveis implicações ambientais da operação foram divulgados pela Vale e podem ser acessados aqui

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