A banana é uma das frutas mais consumidas pelo brasileiro e faz parte da chamada cesta básica mensal das famílias. Entretanto, quem vai ao sacolão tem se assustado com o preço desde setembro, seja para comprar cachos de caturra, prata ou maçã. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG) apurou que, em setembro, o quilo da banana tinha um preço médio de quase R$ 6 em Belo Horizonte.
O alto valor foi explicado por um aumento de quase 20% no preço da fruta durante o mês, o maior entre os ítens da cesta básica. O cenário de inflação permanece em outubro, sendo possível encontrar o quilo da banana por valores acima dos R$ 9 em sacolões e supermercados da capital. O crescimento repentino no custo para adquirir a fruta é justificado por uma redução de 7,9 % na oferta em Minas Gerais, segundo levantamento da Ceasa.
A queda ocorre mesmo com o Estado sendo o terceiro maior produtor da fruta no país, segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil. A diminuição foi motivada por um envio em maior volume de cachos de bananas, colhidos em Minas, para outros Estados em função de ocorrências de chuva forte em São Paulo, Bahia e Santa Catarina. A sequência de precipitação reduziu a colheita nestes locais.
“Minas é um dos maiores produtores de banana do país. A grande maioria do que é consumido no Estado é plantado aqui. O problema é que, quando falta em outras regiões do Brasil, Minas passa a abastecer outras Ceasas e, por isso, mesmo sendo grande produtor, a gente enfrenta pressões no preço”, explicou o gerente de agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra.
Conforme a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a região Norte é o principal polo para a plantação de bananeiras. “Só o município de Jaíba produz 204 mil toneladas por ano, o equivalente à metade de toda a produção registrada em Minas Gerais”, informa a pasta. Semanalmente, cerca de 500 cargas de 12 toneladas que saem das cidades do Norte mineiro são enviadas aos principais centros consumidores do Brasil.
Custo produtivo
Ainda segundo Caio Coimbra, o encarecimento também está relacionado ao alto custo dos fertilizantes, que dificultou as plantações de banana não só em Minas, mas em todo o Brasil. “O preço dos fertilizantes estava muito elevado e ainda continua alto. O que acontece é que o produtor não estava fazendo os tratos culturais de maneira correta, colocando adubo e defensivos agrícolas na quantidade necessária e isso gerou um problema de produtividade”, detalhou Coimbra.
A previsão é que a banana fique mais barata só em 2023. O gerente de agronegócio da Faemg estima um período de três a quatro meses para estabilização dos preços. “Para ter esse prazo a gente precisa aumentar a produtividade e, a partir de agora, com preço dos insumos mais baratos, talvez os preços ao consumidor também comecem a cair um pouco”, projeta Caio Coimbra.