Perto, mesmo de longe

Pandemia faz demanda por chá de bebê virtual sextuplicar

Depois de ver os atendimentos mensais subirem de 1.800 para 12 mil, startup mineira EuNeném dobrou número de funcionários; empresa é especializada em gerenciar as listas de fraldas e presentes

Por Queila Ariadne
Publicado em 13 de junho de 2020 | 21:37
 
 
Janaína e Leonardo organizaram o chá de bebê virtual para Isadora, e ganharam 84 pacotes de fraldas Foto: Arquivo pessoal

Se antes da pandemia, o chá de bebê virtual era mais um coadjuvante, para ajudar as mães a receberem presentes de quem estava longe, com o isolamento social, a versão online virou protagonista. Acostumada a registrar 1.800 eventos por mês, a plataforma EuNeném viu a demanda praticamente sextuplicar na quarentena. “Estamos realizando 12 mil chás de bebês por mês no Brasil todo, com destaque na região Sudeste”, conta o fundador Ricardo Basques.

Criada há cinco anos, a startup belo-horizontina nasceu com o objetivo de organizar a lista, enviar convites, sugerir presentes. A dinâmica ainda é a mesma: a pessoa escolhe um presente simbólico e compra com cartão de crédito ou boleto.

O valor é transferido para os pais que, depois, podem usar o dinheiro para comprar o que quiserem. Os pais não precisam gastar nada na organização. A plataforma fica com uma taxa de 10% sobre o valor das fraldas ou presentes comprados.

A diferença agora, com a pandemia, alguns serviços que antes tinham taxa, passaram a ser gratuitos. “Antes, cobrávamos um pequeno valor para fazer a gestão dos convites digitais. Mas resolvemos liberar essa funcionalidade. Entendemos que esse momento do chá de bebê, com a festa presencial, é muito importante, pois é algo culturalmente forte. Os amigos e familiares gostam de participar da chegada de um bebê. O momento impede que as famílias recebam os amigos, mas, mesmo assim ainda é possível manter essa conexão”, explica Basques.

Num momento em que as pessoas não podem sair de casa, o modelo de chá de bebê virtual foi a solução ideal encontrada pelo casal Janaína Souza Rêgo e Leonardo Teixeira, para compartilhar a expectativa da chegada da primeira filha Isadora, prevista para julho. “Nós já tínhamos planejado a festa, aí veio a pandemia. Eu nem sabia que existia essa possibilidade de fazer o chá online, até que recebi o convite de uma amiga. Pesquisei várias plataformas e gostei da EuNeném porque ela permite a edição das sugestões, assim não fica um preço fechado”, conta.

O chá de bebê online teve um ótimo resultado. “Com o valor que conseguimos, compramos 84 pacotes de fraldas. Acredito que, se fosse presencial, nem teríamos chegado a tantas. Ficamos muito gratos com o carinho de todos que participaram”, conta Janaína.

 

Em expansão

Enquanto para muitos negócios, a pandemia tem significado retração ou até mesmo o encerramento das atividades, para a startup EuNeném, a hora é de expansão. Para dar conta de acompanhar o crescimento, que foi muito rápido, a plataforma investiu em tecnologia e dobrou o quadro de colaboradores. “Nós tínhamos seis funcionários, agora estamos com 12 e ainda estou contratando alguns profissionais”, destaca o empresário.

Os planos de expansão continuam. “Estamos estudando a melhor forma para ajudar na organização de reuniões virtuais, para que os amigos estejam presentes”, afirma Basques.

O crescimento acompanha as tendências desse período de isolamento. De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), as transações das lojas online já subiram 180% durante a quarentena.