Festa do Galo

'Por que um Carnaval organizado não pode?', questionam produtores de eventos

“Se isso pode, por que um Carnaval organizado não pode?”, questiona a Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (Amee) no Instagram

Sex, 03/12/21 - 19h19

“Se isso pode, por que um Carnaval organizado não pode?” Essa é a questão levantada pela Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (Amee), em uma postagem publicada nesta sexta-feira (3), com duas imagens feitas na festa do título conquistado pelo Atlético no Campeonato Mineiro. As fotos retratam a multidão que se formou em torno do trio elétrico de Bel Marques, na Praça Sete.

A proposta da associação é chamar a atenção da Prefeitura de Belo Horizonte para um debate sobre a realização do Carnaval em 2022. O prefeito Alexandre Kalil já afirmou categoricamente que a administração municipal não vai patrocinar o Carnaval na cidade, mas também não irá impedir manifestações espontâneas.

No caso da festa do bicampeonato do Galo, a Prefeitura de Belo Horizonte multou o clube por realizar um evento sem licenciamento prévio. O prefeito, porém, já havia recebido pedido do Atlético para que a festa fosse feita na Savassi.

Presidente da AMEE, Rodrigo Marques afirma que a associação fica feliz com a manifestação do Atlético. “Foram vários empregos gerados ali. Tinha trio elétrico, gradil, artista. Tudo isso movimenta a nossa indústria. A questão é que queremos isonomia. Qual é a diferença entre o Carnaval de ontem e o Carnaval, na data certa (1º de março)?”, questiona.

Mesmo com o posicionamento contrário ao Carnaval por parte da prefeitura, agentes da cadeia cultural de Belo Horizonte continuam tentando buscar diálogo para negociar a realização da festa na rua na capital mineira.

De acordo com Marques, mesmo para os produtores que investem em festas privadas, é interessante que exista o Carnaval de blocos de rua, pois é isso que os turistas buscam quando escolhem BH como destino. “Alguns empresários vão investir em carnavais fechados, programados para terem os maiores artistas do país. Investimentos altíssimos. Mas a fala do gestor gera insegurança para o público. O turista que viria para o bloquinho e compraria o ingresso para o evento à noite já não vai vir mais”, argumenta.

A Belotur informou que a Secretaria Municipal de Saúde e o Comitê de Enfrentamento à Covid são os responsáveis pela decisão da realização do Carnaval. O Comitê já publicou uma nota técnica em que recomenda à prefeitura que não patrocine ou incentive qualquer evento com aglomeração, devido ao cenário incerto colocado pelo recrudescimento da epidemia na Europa.

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