Tragédia

Rompimento de barragem em Brumadinho afetou o PIB, dizem economistas

Foi a primeira retração na atividade econômica do País desde o quarto trimestre de 2016, quando o Brasil ainda estava em recessão

Por Da Redação (*)
Publicado em 30 de maio de 2019 | 10:52
 
 
Área administrativa foi varrida pela lama Foto: Moisés Silva

 

Em meio à incerteza política e econômica, o Brasil começou o ano com a economia em retração, com queda de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, na comparação com o quarto trimestre de 2018. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E um dos principais motivos para a retração, segundo economistas, foi o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, em janeiro deste ano.

A tragédia atingiu em cheio a indústria extrativa, cujo PIB tombou 6,3% no primeiro trimestre, na comparação com o quarto trimestre de 2018. A queda interrompeu uma sequência de quatro altas na indústria extrativa, sempre na comparação com os trimestres imediatamente anteriores.

De outro lado, o PIB da indústria de transformação, que já havia encolhido 0,9% no quarto trimestre de 2018, teve queda de 0,5% nos três primeiros meses de 2019, na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

Com esses choques, o PIB da indústria como um todo teve queda de 0,7%. Em relação ao primeiro trimestre de 2018, houve queda de 1,1%.

Nas contas dos economistas do Ibre/FGV, os choques da crise argentina e das paradas de produção de Vale em Minas Gerais tiraram 0,2 ponto porcentual do PIB na passagem do quarto trimestre de 2018 para o primeiro deste ano.

“Enquanto Brumadinho pesou sobre a produção industrial do País, a desaceleração na Argentina afeta negativamente nossas exportações. Praticamente 90% das exportações da indústria brasileira têm como destino a Argentina. Foram eventos atípicos, mas com peso relevante”, disse, na terça-feira, o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal.