Novo governo

Superministério é criticado

Apesar da divergência, Fiemg está otimista em relação à administração de Jair Bolsonaro

Por Ludmila Pizarro
Publicado em 02 de novembro de 2018 | 03:00
 
 
Em Minas. Em relação ao governo do Estado, Roscoe disse que pretende dialogar com Romeu Zema Foto: Sebastião Jacinto Júnior/Divulgação

A incorporação do Mistério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) ao superministério da Fazenda, proposta pelo economista Paulo Guedes, que assumirá a pasta no governo de Jair Bolsonaro (PSL), foi criticada nesta quinta-feira (1) pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe. “Acho temerário subordinar a indústria e o comércio à Fazenda. Porque a visão da Fazenda é arrecadatória e nossa visão é de desenvolvimento. Mas o governo está eleito, e essa é a posição dele. Nós tentamos dissuadir, agora temos que respeitar”, afirmou.

Mesmo diante dessa diferença de opinião, o dirigente da Fiemg disse que está otimista em relação ao novo governo. “Entendemos que tem uma pauta positiva, é possível fazer as transformações necessárias no Brasil. Ele tem uma agenda de reformas imprescindíveis. Se essa agenda for seguida, e as promessas de campanha forem cumpridas, com certeza teremos um cenário positivo e é isso que a gente espera”, disse. Sobre a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, Roscoe afirmou que “não é o melhor dos cenários”.

Diante das críticas negativas o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira que a ideia de unir as duas pastas será revista, mas adiantou que não deseja um “xiita” no Ministério do Meio Ambiente.

Em Minas

Em relação ao governo do Estado, Roscoe disse que pretende dialogar com o governador eleito, Romeu Zema (Novo). “Em Minas, também estou tentando influenciar, porque aqui a ideia também é juntar meio ambiente e agricultura”, disse o dirigente da Fiemg.

A proposta de Roscoe para a redução da máquina pública é a criação de uma pasta responsável pela produção no país. “Particularmente, entendo que deveríamos ter um ministério da produção, juntando agricultura, indústria, comércio, ciência e tecnologia”, sugeriu. Ele afirmou ainda que algumas mudanças podem ocorrer nos primeiros meses do próximo governo. A medida mais urgente, segundo Roscoe, é “destravar” o país. “Todos os entraves burocráticos geram retrabalho, nas áreas tributária e ambiental. Com isso, as empresas gastam muito e perdem produtividade”, disse.

Diálogo

Zema. As conversas sobre a economia do Estado envolvendo a indústria e o governador eleito, Romeu Zema, “têm sido excelentes”, afirmou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.