Possibilidade de greve

Transportadoras de combustível entram em estado de greve em MG

Categoria reivindica atualização dos valores da tabela de piso mínimo de frete

Por Rafaela Mansur
Publicado em 18 de agosto de 2019 | 20:14
 
 
Segundo Sindtanque-MG, paralisação poderia provocar desabastecimento de postos e aeroportos Foto: ALEX DE JESUS / O TEMPO

Transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo de Minas Gerais entraram em estado de greve neste domingo (18) e podem paralisar as atividades.

De acordo com o presidente do Sindtanque-MG, que representa a categoria, Irani Gomes, a mobilização é nacional. Ele diz que, desde a publicação da lei 13.703/2018, que institui a política nacional de piso mínimo do transporte rodoviário de cargas, o frete teve uma defasagem de mais de 20%: "As empresas estão pagando para trabalhar".

Segundo Gomes, o frete da carga líquida a granel perigosa, transportada pela categoria, ficou mais barato do que a carga geral. "Nós transportamos produtos perigosos, a carga tem que ser melhor remunerada", diz.

Em julho deste ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou novas regras para o cálculo do frete mínimo de transporte de carga, mas, após pressão de caminhoneiros, as normas foram suspensas. Com isso, voltou a valer uma resolução de 2018, que estava em vigor anteriormente.

A categoria reivindica a atualização dos valores da tabela. "Ainda não vamos paralisar, mas se o governo não se comover e mudar nada, podemos parar a qualquer momento e provocar um desabastecimento de combustível em postos e aeroportos", afirma Gomes. Segundo ele, Minas Gerais é o segundo maior polo de distribuição de combustível do país, com cerca de 400 empresas transportadoras e mais de 5.000 caminhões.

Gomes espera uma agenda com o governo federal sobre o assunto ainda nesta segunda-feira (19). "Se o governo não se manifestar, na terça-feira (20) já pode haver uma paralisação", garante. A reportagem tentou contato com a ANTT neste domingo, sem sucesso.