A entrevista do rapper Emicida no programa “Roda Viva” na noite desta segunda-feira (27) segue repercutindo nas redes sociais. Uma das principais referências do rap brasileiro e ativista da causa negra, ele falou sobre racismo, capitalismo e empreendedorismo, além da cultura do cancelamento nas redes sociais e hip hop. Ao falar da organização política do gênero, a conversa resvalou para o presidente Jair Bolsonaro.

Ao ser questionado sobre o movimento político do hip hop e se aceitaria um encontro com Bolsonaro, o rapper foi categórico. 'Obviamente que não'. 

“Se eu me encontraria para conversar com o Bolsonaro para conversar sobre hip hop? Obviamente que não. Porque os valores que o Bolsonaro defende são completamente contrários a tudo que acredito”, disse o músico. 

E completou: “A natureza de uma pessos com esse tipo de pensamento não se conecta, de maneira nenhuma, aos valores  humanísticos que o hip hop defende. O hip hop é a luta constante de melhoria para todo mundo”, afirmou o rapper.

Antes de falar sobre Bolsonaro, o rapper falou sobre o hip hop e a política brasileira. “Eu acho que tem uma construção que antecede esse encontro. Tem uma relação do pensamento de esquerda com a música Rap que antecede o encontro", afirmou.

"Tem muitas pessoas que eram partidárias mesmo das bandeiras de esquerda, como o grande Preto Ghóez, que veio a falecer há bastante tempo atrás, inclusive. Essas pessoas militaram para que o Hip Hop pudesse, de alguma maneira, orientar a política, porque ele também é um movimento político”, disse o rapper.

"Os valores que o Bolsonaro defende são completamente contrários a tudo que acredito."

Veja o que disse @Emicida, rapper e produtor musical, no #RodaViva, sobre a organização política do movimento hip hop. Ele ainda respondeu se aceitar encontrar-se com Jair Bolsonaro. pic.twitter.com/g3huceyaC7

— Roda Viva (@rodaviva) July 28, 2020